Atto (Michael Hielscher, MPI for Biogeochemistry)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2014 às 14h13.
Uma torre de 325 metros começou a ser erguida para monitorar um dos ecossistemas mais importantes na estabilização do clima, a floresta tropical da Amazônia. Com ela, cientistas conseguirão dados inéditos sobre o papel das matas locais nas mudanças climáticas.
A torre faz parte de um acordo de cooperação científica entre Brasil e Alemanha. O lado brasileiro é representado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), enquanto a Alemanha é representada pelo Instituto Max Planck de Química.
A torre terá equipamentos de alta tecnologia para medir os impactos das mudanças climáticas nas florestas da Amazônia por meio de medidas da interação da floresta com a atmosfera. Os dados serão usados em pesquisas de química da atmosfera, processos de transporte de massa e energia na atmosfera e processos de formação de nuvens.
Segundo o Inpa, a Torre Alta de Observação da Amazônia (Atto, na sigla em inglês) será construída na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, em São Sebastião do Uatumã, município a 150 quilômetros de Manaus. O local foi escolhido após uma série de estudos e ficará em área de terra firme na floresta.
A Atto será a primeira torre desse tipo na América do Sul e será quatro vezes maior que a atual torre de observação do Inpa, que tem 80 metros de altura. A torre terá 325 metros de altura chegando a 330 metros com o sistema de para-raios. A Torre Eiffel, por exemplo, tem 301 metros.
Os equipamentos instalados na Atto devem funcionar 24 horas por dia durante um período de 20 a 30 anos. Também serão construídas outras quatro torres menores, com 80 metros cada, em volta da Atto. Elas serão responsáveis por medir fluxos e transportes horizontais.
O custo total do projeto foi de 20 milhões de reais. Em nota do Inpa, Antônio Manzi, o coordenador do projeto por parte do Brasil, disse que o Brasil e a Alemanha investirão 7,5 milhões de reais na construção da torre. As obras estão previstas para sem concluídas em novembro de 2014.