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Computador da Microsoft está aprendendo a ter senso de humor

Um sistema de inteligência artificial com senso de humor está sendo desenvolvido pela Microsoft e promete ensinar softwares a entenderem, por exemplo, uma piada

Mulheres dão risada diante de notebooks: pesquisadores dizem esperar um dia poder treinar computadores para criarem suas próprias piadas (moodboard/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2015 às 21h14.

Desde 2005, a última página da New Yorker apresenta um cartum sem palavras e em preto e branco, e a legenda mais engraçada enviada por um leitor é publicada na edição seguinte.

O concurso de legendas da revista se tornou um dos pontos favoritos dos leitores na última década e o departamento de cartuns recebe cerca de 5.000 entradas por semana. Isso se transformou em um número enorme de piadas para peneirar -- particularmente para o assistente de Bob Mankoff.

O editor de cartuns da New Yorker, de 71 anos, diz que o tempo médio de seus assistentes no cargo é de mais ou menos dois anos porque ele continua deixando-os esgotados.

“O processo de olhar 5.000 entradas de legendas por semana normalmente destrói suas mentes em cerca de dois anos, e aí eu tenho que conseguir outra pessoa”, diz Mankoff. “Isso é um pouco assustador. É como ficar cego com a neve; você fica com o humor cego”.

Em breve os assistentes de Mankoff poderão conseguir certo alívio na forma de um assistente para eles mesmos: um sistema de inteligência artificial com senso de humor.

Mankoff colaborou com pesquisadores da Microsoft em um projeto de inteligência artificial que visa a ensinar a um computador o que é engraçado.

Eles estão alimentando um software com IA com um arquivo de cartuns da New Yorker e as entradas do concurso de legendas, para dar às máquinas alguma compreensão a respeito do humor (ou do conceito de humor da New Yorker, pelo menos).

Um pesquisador da Microsoft irá apresentar as descobertas no dia 13 de agosto, na conferência de dados KDD, em Sydney.

Desafio à IA

A ideia do projeto surgiu em uma convenção diferente há cerca de um ano. Dafna Shahaf, uma pesquisadora da Microsoft, compareceu a uma palestra de Mankoff a respeito do arquivo de cartuns e saiu do evento animada.

Shahaf se perguntava se seria possível ensinar um computador a avaliar de forma precisa o quanto uma legenda poderia ser engraçada -- e, no processo, vencer um dos desafios mais difíceis no aprendizado das máquinas.

Sarcasmo, jogos de palavras e outras ferramentas de humor deixam os sistemas de IA perplexos há décadas.

Na Microsoft, ensinar as máquinas e os softwares a entenderem a piada é importante para aplicativos como o Skype Translator, que é desenvolvido para permitir que os usuários falem entre si em diferentes idiomas e escutem traduções em tempo real.

As listas finais da máquina e dos editores da New Yorker nem sempre coincidem. Em média, contudo, todos os favoritos dos editores aparecerem nos melhores 55,8 por cento das escolhas da IA, segundo o estudo.

Isso significa que a New Yorker poderia usar o sistema para eliminar pelo menos 2.200 candidatas por semana sem perder as melhores pérolas.

“Em média, nós economizamos cerca de 50 por cento da carga de trabalho”, diz Shahaf. Isso também poderia economizar o tempo que Mankoff gasta para contratar novos assistentes.

“Eu acredito realmente que o futuro é a parceria humano-máquina”, diz Mankoff. “Os computadores podem ser uma grande ajuda”.

Isso não diminuiu as ambições da Microsoft. Os pesquisadores dizem esperar um dia poder treinar computadores para criarem suas próprias piadas com base em situações, o que tornaria mais agradável interagir com assistentes digitais como Cortana e Siri.

O diretor-geral do grupo de pesquisa da Microsoft e coautor do estudo, Eric Horvitz, brinca que o computador pode tentar desanuviar o ambiente quando você acidentalmente deleta um arquivo importante com um “oy vey” (expressão que indica desânimo ou desespero) no momento certo.

De forma mais ampla, a compreensão do que achamos engraçado e de como criamos piadas é importante para o estudo sobre o funcionamento do cérebro, o que por si só é crucial para a pesquisa sobre a inteligência artificial.

Outro benefício: com toda a consternação em relação aos males da IA, Horvitz diz que é bom pensar que esses sistemas estão fazendo algo mais agradável do que destruir o universo.

Em Harbin, no norte da China, um restaurante tem graçons de várias cores, como azul e verde-limão. São todos robôs. São capazes de reproduzir até 10 expressões faciais diferentes e de receber clientes com diversas frases de boas-vindas. Além dos garçons, a equipe conta com cozinheiros e lavadores de louças robôs.
  • 2. Motoristas

    2 /20(Divulgação/Divulgação)

  • Veja também

    Automóveis autônomos -- capazes de se autoguiar graças a um conjunto de câmeras e sensores e a um potente computador de bordo -- estão em fase experimental. Mas vão se tornar comuns dentro de alguns anos. O Google é uma das empresas que vêm desenvolvendo esses veículos. Um estudo mostrou que eles se saem melhor nas ruas que os carros normais.
  • 3. Músicos

    3 /20(Divulgação)

  • A Z-Machine é uma banda diferente. Ashura, o baterista, consegue tocar com 21 baquetas ao mesmo tempo e é quatro vezes mais veloz que qualquer humano. Além de tocar teclado, Cosmo solta raios laser pelos olhos. E Mach, o guitarrista cabeludo, tem 78 dedos e toca com 12 palhetas. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Tóquio, o grupo fez sua estreia numa feira de tecnologia no Japão.
  • 4. Marinheiros

    4 /20(Divulgação/Rolls-Royce)

    Popeye e seus colegas de profissão que se cuidem. Recentemente, a Rolls-Royce anunciou um projeto de navios não-tripulados que pode extinguir a profissão. Com câmeras em diversos pontos, as embarcações seriam monitoradas à distâncias por grupos quatro vezes menores que as atuais tripulações. Por enquanto, a proposta ainda não pode ser posta em prática por conta da legislação vigente.
  • 5. Enfermeiros

    5 /20(Divulgação)

    Esqueça a mocinha com o indicador sobre os lábios. No futuro, até os enfermeiros serão robôs. Pelo menos, esse é o plano da Panasonic -- que, desde outubro, comercializa robôs com esse fim. Batizados de Hospi, os pequenos homens mecatrônicos têm um sorrisinho amistoso e surgiram para suprir a falta de profissionais da área no Japão. Antes disso, já havia sido criado um robô capaz de coletar sangue de pacientes.
  • 6. Estoquistas

    6 /20(Reprodução)

    Quem já foi a um armazém sabe a loucura que é o vai-e-vem de cargas nestes locais. De olho nisso, a Amazon comprou a Kiva, fabricante de robôs que atuam nesses ambientes. Quadradinhos e rápidos, eles já são usados por grandes redes varejistas dos EUA. Coordenados por computador, os robôs buscam produtos e levam-nos à área de embalagem pelo menor trajeto possível.
  • 7. Tenistas de mesa

    7 /20(Divulgação)

    Em 11 de março, o campeão alemão de tênis de mesa Timo Boll joga contra Agilus, robô da empresa alemã Kuka considerado o mais rápido do mundo. Transmitido pela internet, o jogo acontece na China e pretende divulgar a primeira fábrica da companhia europeia no país - onde o esporte é bastante popular.
  • 8. Jogadores de futebol

    8 /20(AFP)

    Em junho, seleções de todo o mundo vêm ao Brasil disputar a Copa do Mundo de futebol. Um mês depois, a cidade paraibana de João Pessoa vai abrigar um torneio parecido - mas só de robôs. Batizado Robocup, o campeonato anual é realizado desde 1997 e, no ano passado, reuniu 410 times em várias categorias. Ao todo, participaram da disputa mais de 2 mil pessoas.
  • 9. Médicos

    9 /20(Getty Images)

    Em São Paulo, o Instituto do Câncer conta, desde fevreiro, com uma nova ferramenta para cirurgias: um robô. A máquina entrou em ação pela primeira vez no último dia 7 e deve operar 500 pessoas nos próximos três anos. Por enquanto, o robô funciona como mero auxiliar para um médico humano. Mas, no futuro, cirurgiões robóticos poderão ter mais autonomia.
  • 10. Faxineiros

    10 /20(Divulgação)

    Quem tem cachorro, gato ou outros bichos em casa sabe o quanto é complicado manter tudo sempre limpinho. Pensando nisso, os engenheiros da empresa iRobot desenvolveram a linha de robôs aspiradores Roomba. Eles percorrem sozinhos o ambiente, aspirando partículas de pó e sujeira. A máquina pode ser programada para entrar em ação sozinha.
  • 11. Dançarinos

    11 /20(Reprodução/Exame.com)

    Aos acordes do refrão de Gangnam Style, hit do cantor sul-coreano PSY, Charli-2 é capaz de reproduzir a clássica coreografia do "cavalinho". Com 1,41 metro de altura e 12 quilos, o dançarino desenvolvido por cientistas da Universidade Virgina Tech pode caminhar a uma velocidade de 1,4 quilômetro por hora, dar chutes e jogar os bracinhos para o alto com muito suíngue. Como se vê, o simpático robô é mais que um mero dançarino.
  • 12. Policiais

    12 /20(Divulgação / Sony Pictures Entertainment / Agência Febre)

    O cinema inspirou pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida, em Miami. Eles desenvolveram um robô com 1,83 metro de altura, 34 quilos, e capacidade de patrulhar ruas quando guiado por controle remoto. Qualquer semelhança do Telebot com o Robocop pode não ser mera coincidência. Além dele, robôs também serão usados para patrulha na Copa do Mundo, em junho, no Brasil.
  • 13. Bancários

    13 /20(Cauã Taborda/Info Online)

    Um simpático robozinho ligeiramente cabeçudo e sorridente recebe clientes na agência do Bradesco no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Batizado de Link237, o bancário eletrônico mexe os braços, emite sons e exibe expressões num painel azul de LED. A meta do banco é expandir a presença do "funcionário" para outras agências em breve.
  • 14. Apresentadores

    14 /20(Koichi Kamoshida/ Getty Images)

    Carisma, simpatia e entusiasmo são características indispensáveis ao bom apresentador de eventos. E os três aspectos não faltaram à dupla Mirata e Kirobo, que apresentou a candidatura de Tóquio a sede dos Jogos Olímpicos de 2020 no ano passado. Na ocasião, Mirata arriscou golpes de esgrima e Kirobo mandou lembranças do espaço -- onde se encontrava. Os dois robôs foram desenvolvidos pela Universidade de Tóquio.
  • 15. Babás

    15 /20(Reprodução)

    Aconteceu em Nova York. Cansado de ter de levar o filho até o ônibus escolar, o editor da revista IEEE Spectrum Paul Wallich resolveu o problema com uma babá eletrônica voadora. O drone acompanha, do alto, o menino no trajeto de 400 metros entre sua casa e o ônibus. Equipado com bússola e um pequeno GPS, o robô é monitorado via smartphone pelo pai preguiçoso.
  • 16. Cinegrafistas

    16 /20(Divulgação)

    Robôs voadores não tripulados têm sido bastante usados em filmagens. Um exemplo disso está nas imagens registradas por um drone no Havaí. Com uma câmera GoPro acoplada pelo fotógrafo Eric Sterman, ele filmou surfistas em ação no Banzai Pipeline. Esses drones ainda não dispensam um piloto humano, que fica comandando a aeronave em terra. Mas vão se tornar mais inteligentes e autônomos com o tempo.
  • 17. Arqueólogos

    17 /20(Ronaldo Schemidt/AFP)

    Três câmaras subterrâneas foram localizadas no Templo da Serpente Emplumada em Teotihuacan, cidade pré-colombiana nas cercanias da Cidade do México. A descoberta foi feita pelo robô Tláloc II-TC, que percorreu os 20 metros de um túnel sem se incomodar com a poeira. Tláloc é comandado por humanos. Mas isso é só o começo. Com o tempo, robôs assim deverão tomar cada vez mais decisões por conta própria.
  • 18. Entregadores

    18 /20(Amazon)

    Empresas como a Amazon já andaram testando serviços de entregas com aeronaves não-tripuladas, os drones. É verdade que esse teste da Amazon era mais uma jogada de marketing do que um projeto sério. Mas há outros projetos bem mais sérios. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, devem adotar a ferramenta para o envio de documentos oficiais já a partir de 2015.
  • 19. Jornalistas

    19 /20(Getty Images)

    Pois é: nem nós escapamos da lista. Um sistema da empresa americana Narrative Science é capaz de escrever uma reportagem com base em dados disponíveis na internet. Desde 2012, a ferramenta mantém um blog no site da revista Forbes. Versátil, esse software-robô é capaz de escrever sobre de temas como esportes, mercado financeiro e política. Resta saber se a moda vai pegar.
  • 20. Agora, veja 10 máquinas que estão expandindo os limites da robótica:

    20 /20(NASA)

  • Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificial

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