Tecnologia

Como viajar para o exterior na companhia do smartphone

Em viagens, comprar um novo celular ou adaptar um chip ao atual aparelho é alternativa às tarifas de roaming cobradas por operadoras brasileiras

Pessoas usando o Foursquare em smartphones (Divulgação / Foursquare)

Pessoas usando o Foursquare em smartphones (Divulgação / Foursquare)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2012 às 18h25.

São Paulo - Viagens ao exterior podem causar dor de cabeça em quem que não vive sem conexão com a internet ou precisa falar com frequência com amigos e parentes que ficaram no Brasil. Em resumo, o problema é: manter esses contatos custa caro. Para evitar contas salgadas na volta para casa, vale a pena considerar a alternativa de trocar as tarifas salgadas de roaming (habilitação da linha em outra região), cobradas pelas operadoras nacionais, e de Wi-Fi, a cargo dos hotéis, pela compra de um novo aparelho ou ao menos de um chip no destino de viagem.

Em alguns países, operadoras locais oferecem pacotes de dados e voz a preços que, dependendo da necessidade de conexão do turista brasileiro, podem ser atrativos.

"Sempre que viajo aos Estados Unidos, coloco no meu smartphone um chip SIM pré-pago que adquiri em 2009 de uma operadora americana", diz o empresário Henrique Martin, de 34 anos, que roda o mundo acompanhando eventos de tecnologia. "Procuro adotar a mesma estratégia em outros países, usando chips locais, já que muitas companhias apresentam planos similares: deu certo na Alemanha e na África do Sul."

Em países com abundância de empresas de telefonia móvel, como Estados e boa parte da Europa, é possível encontrar planos pré-pagos similares aos existentes no Brasil: paga-se pelo consumo mensal, sem necessidade de um contrato de fidelidade. Esses pacotes também são identificados como pay on the go.

As americanas AT&T e T-Mobile, por exemplo, apresentam opções variadas de planos que envolvem a venda apenas do chip (SIM card) ou de um novo aparelho pronto para o uso. Vale uma orientação de um viajante assíduo: "Você precisa ser insistente quando visitar a loja das operadoras lá fora. Em algumas delas, os funcionários dizem que não possuem chips pré-pagos para a venda", diz Martin. "É preciso também estar atento ao que oferecem os vendedores, instruídos a vender planos mais caros."


Existem diversos planos disponíveis, e muitos deles podem confundir o viajante desatento. Os melhores são aqueles que oferecem uma pacote de dados superior a 100 MB, o que atende à necessidade de um consumidor médio, ou mesmo ilimitada – além de capacidade de realizar ligações locais. Na Europa, as operadoras costumam vender chips com pacotes de voz voltados aos turistas, que incluem chamadas para o exterior. No caso de ligações para o Brasil, haverá cobrança do roaming internacional.

"Para quem só quer telefonar e mandar mensagens de texto, melhor ainda: por pouco mais de 50 dólares, leva-se um aparelho com chip pré-pago ativado", diz Bia Kunze, consultora de tecnologia móvel.

Quem planeja comprar apenas o chip pré-pago, usando-o em parceria com um smartphone utilizado no Brasil, precisa pedir à operadora o desbloqueio de seu aparelho antes de sair do país. As empresas são obrigadas por lei a realizar o serviço, que não prejudica a garantia original do dispositivo.

Uma opção adicional é o uso de redes Wi-Fi pagas. Muitas operadoras oferecem hot-spots localizados em áreas de grande movimentação, como shoppings centers e centros comerciais. Em Paris, por exemplo, pode-se assinar o serviço no aeroporto e utilizá-lo em marcos turísticos como a Torre Eiffel. Os serviços podem ser assinados a partir do próprio smartphone, bastando para isso fazer a conexão e realizar o cadastro através do navegador. A cobrança é feita através do cartão de crédito.

O inconveniente é que, mesmo no exterior, ainda são poucos os locais que oferecem tais serviços. "Ao chegar aos Estados Unidos, acabamos optando por assinar um desses serviços", diz Juliana Lolato, de 31 anos, analista de comunicação que viajou com o marido, Fábio Nunes, para a Califórnia em 2011. "Pagamos menos de 10 dólares por 13 dias de uso e conseguimos conexão em diversos lugares. O sinal não era dos melhores, mas era o suficiente para fazer ligações pelo Skype."

 Usuários do smartphone da Apple em viagem pelos Estados Unidos devem tomar cuidado extra ao adquirir chips da operadora AT&T. Esses dispositivos utilizam uma configuração de ponto de acesso (APN) diferente da usada nos iPhones vendidos no Brasil. Por isso, esses chips se tornam incompatíveis com iPhones comprados por aqui.

 


 

 

Para contornar o problema, é preciso baixar o programa iPhone Configuration Utility, disponível no site da Apple, e instalá-lo em seu computador. Com o telefone plugado na máquina, clique em "Opções avançadas" e siga os seguintes passos:

1. Em "Acess Point Name", insira o endereço wap.cingular
2. Em "Acess Point User Name", digite wap@cingulargprs.com
3. Coloque a senha CINGULAR1 em "Access Point Password"

O procedimento habilita o smartphone para o uso dos cartões da AT&T, mas o 3G pode não funcionar a contento. Nessa caso, a conexão com a internet será realizada pela rede Edge, mais lenta, mas que funciona bem nos Estados Unidos.

Quanto custa usar celular no exterior

 

Plano de voz

(100 minutos)

Plano de dados

(100 MB)

Plano de operadora brasileira* 500 reais 3.000 reais
Nos EUA, com plano local** 420 reais 11,28 reais
Na Grã-Bretanha, com plano local*** 90 reais 42 reais****

 

Acompanhe tudo sobre:CelularesIndústria eletroeletrônicaSmartphonesTurismoViagensviagens-pessoais

Mais de Tecnologia

Uber apresenta instabilidade no app nesta sexta-feira

Zuckerberg diz que reação de Trump após ser baleado foi uma das cenas mais incríveis que já viu

Companhias aéreas retomam operações após apagão cibernético

O que faz a CrowdStrike, empresa por trás do apagão cibernético

Mais na Exame