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Como a Amazon virou o centro das atenções na CES 2017

Graças a seu gadget Echo e à assistente virtual Alexa, a Amazon se tornou personagem central nesta edição da CES

Amazon Echo: produto vem dotado de inteligência artificial (Luke MacGregor/Bloomberg)

Amazon Echo: produto vem dotado de inteligência artificial (Luke MacGregor/Bloomberg)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 13h42.

São Paulo – A CES 2017 tem como centro das atenções a Amazon. Pode parecer um contrassenso. Como uma varejista online com pouca tradição em hardware (e com alguns micos no currículo--oi, Kindle Fire) pode ser central em uma feira conhecida pelo foco em gadgets?

A explicação é simples. Em 2016, a empresa conquistou as casas americanas com o Echo. Ele é produto conectado, dotado de inteligência artificial (Alexa) que é capaz de dar respostas, executar tarefas e, claro, fazer compras na Amazon a partir de comandos de voz—ele não conta com uma tela, apenas microfones e alto-falantes. O produto foi o mais vendido na Amazon durante o Natal.

Após o sucesso inicial, a Amazon trabalha para expandir a presença da Alexa, a assistente virtual, para produtos de outras marcas. O modelo de parcerias e distribuição poderia ser comparado com o que a Microsoft fez para distribuir o Windows.

“Existem cerca de 1.500 aplicações que você pode fazer com a Amazon Alexa. Eu não me surpreenderia se visse 700 lançamentos relacionados a isso nos próximos quatro dias”, disse a jornalistas Shawn DuBravac, economista chefe da Consumer Technology Association, associação responsável pela CES.

Não pense que isso é exagero. A feira nem começou de forma oficial, e alguns gadgets que funcionam em parceria com Alexa já apareceram.

A Lenovo, por exemplo, mostrou o Smart Assistant. O produto é uma torre tubular com alto-falantes que conta com Alexa como assistente virtual. O visual do produto é bastante similar ao produto oficial da Amazon.

Com o lançamento do Echo, a Amazon deu novo fôlego à internet das coisas e inaugurou um novo nicho. Não demorou para que a competição corresse atrás. O Home foi o principal até agora, desenvolvido pelo Google, o aparelho foi apresentado pela empresa em 2016 e conta com funções bastante parecidas com aquelas presentes no Echo.

Mas a presença da Amazon nesta CES não se encerra em cópias do Echo. A inteligência artificial Alexa estará presente em boa parte dos produtos anunciados na feira.

O DVR (aparelho para gravar vídeos da televisão) da Dish terá suporte a Alexa. Com comandos de voz, o usuário poderá pedir para assistir a um jogo gravado anteriormente.

A Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos global, também mostrou suporte ao robô. Usando o Echo, será possível saber quanto tempo falta até que sua máquina de lavar termine seu ciclo atual. Também será possível programar o tempo de funcionamento do forno do fogão.

Um avanço chave nessa popularização da solução criada pela Amazon foi a melhoria no reconhecimento de voz do usuário, com uma queda considerável na taxa de erro de compreensão. “Vimos mais progresso nos últimos 30 meses do que vimos nos primeiros 30 anos”, disse DuBravac.

Com melhorias futuras e maior compatibilidade da Alexa com outros produtos de fabricantes, essa pode ser apenas a primeira entre muitas feiras de gadgets com a Amazon como personagem central.

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