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Comic Sans, a fonte tipográfica mais odiada, faz 20 anos

A Comic Sans, que já foi descrita como a fonte tipográfica mais amada e a mais detestada do mundo, está completando 20 anos

Comic Sans for Cancer: a fonte foi usada em pôsteres da campanha beneficente (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 06h00.

São Paulo -- Nenhuma fonte tipográfica provocou tanto amor e ódio como a Comic Sans, da Microsoft . A fonte que o designer Vincent Connare começou desenhar em outubro de 1994 está completando 20 anos e ainda tem milhões de adeptos ao redor do mundo.

A Comic Sans foi inicialmente criada para uso no Microsoft Bob, uma fracassada interface gráfica alternativa para PCs. O Bob empregava balões como os de histórias em quadrinhos para exibir mensagens, mas os textos eram escritos em Times New Roman, uma fonte séria.

Connare achou que deveria desenvolver, para o Bob, uma fonte tipográfica inspirada nos quadrinhos. O software acabou saindo sem ela. Mas a Microsoft incluiu a Comic Sans num pacote de itens extras para o Windows 95. Depois, ela foi incorporada ao conjunto de fontes do Windows e faz parte dele até hoje.

A Comic Sans imita letras de forma desenhadas à mão, como nas histórias em quadrinhos. Seu aspecto simpático e informal fez com que fizesse bastante sucesso. Passou a ser usada em aplicações que iam de convites para festas a teses acadêmicas.

Até a Apple desenvolveu uma fonte parecida com a Comic Sans, a Chalkboard. Mas o uso um tanto exagerado da Comic Sans em documentos despertou a fúria de alguns puristas da tipografia.

O próprio Connare diz que a fonte não foi criada para uso em documentos sérios. Para ele, não é uma questão de gostar ou não, mas de saber qual fonte é mais indicada para cada uso. Seis anos atrás, ele deu uma entrevista ao Wall Street Journal em que comentou os sentimentos fortes que a fonte despertava:

“Se você a ama, você não sabe muito sobre tipografia. Se você a odeia, você realmente não entende de tipografia e deveria encontrar outro hobby”, disse.

Na época, o casal de designers Dave e Holly Combs criou o site Ban Comic Sans que, num tom bem humorado, pedia o “banimento” da fonte. Outros tipógrafos tentaram “consertar” a Comic Sans.

Em 2011, a empresa especializada Monotype Imaging criou a Comic Sans Pro, uma versão da fonte para aplicações mais comerciais. No início deste ano, o designer Craig Grozynski desenhou a Comic Neue, uma versão “modernizada” da Comic Sans que ganhou elogios até de Connare (essa fonte pode ser baixada de graça em seu site).

Também neste ano, a organização britânica Cancer Research UK aproveitou o vigésimo aniversário da Comic Sans para usá-la na campanha beneficente Comic Sans for Cancer. A organização convidou 500 artistas de 38 países, que desenharam pôsteres comemorativos sobre a Comic Sans.

200 desses pôsteres foram expostos em Londres em agosto e estão sendo vendidos para arrecadar fundos para a Cancer Research UK. Entre os artistas que participaram estão tanto Vincent Connare como Dave e Holly Combs, do Ban Comic Sans.

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São Paulo -- Nenhuma fonte tipográfica provocou tanto amor e ódio como a Comic Sans, da Microsoft . A fonte que o designer Vincent Connare começou desenhar em outubro de 1994 está completando 20 anos e ainda tem milhões de adeptos ao redor do mundo.

A Comic Sans foi inicialmente criada para uso no Microsoft Bob, uma fracassada interface gráfica alternativa para PCs. O Bob empregava balões como os de histórias em quadrinhos para exibir mensagens, mas os textos eram escritos em Times New Roman, uma fonte séria.

Connare achou que deveria desenvolver, para o Bob, uma fonte tipográfica inspirada nos quadrinhos. O software acabou saindo sem ela. Mas a Microsoft incluiu a Comic Sans num pacote de itens extras para o Windows 95. Depois, ela foi incorporada ao conjunto de fontes do Windows e faz parte dele até hoje.

A Comic Sans imita letras de forma desenhadas à mão, como nas histórias em quadrinhos. Seu aspecto simpático e informal fez com que fizesse bastante sucesso. Passou a ser usada em aplicações que iam de convites para festas a teses acadêmicas.

Até a Apple desenvolveu uma fonte parecida com a Comic Sans, a Chalkboard. Mas o uso um tanto exagerado da Comic Sans em documentos despertou a fúria de alguns puristas da tipografia.

O próprio Connare diz que a fonte não foi criada para uso em documentos sérios. Para ele, não é uma questão de gostar ou não, mas de saber qual fonte é mais indicada para cada uso. Seis anos atrás, ele deu uma entrevista ao Wall Street Journal em que comentou os sentimentos fortes que a fonte despertava:

“Se você a ama, você não sabe muito sobre tipografia. Se você a odeia, você realmente não entende de tipografia e deveria encontrar outro hobby”, disse.

Na época, o casal de designers Dave e Holly Combs criou o site Ban Comic Sans que, num tom bem humorado, pedia o “banimento” da fonte. Outros tipógrafos tentaram “consertar” a Comic Sans.

Em 2011, a empresa especializada Monotype Imaging criou a Comic Sans Pro, uma versão da fonte para aplicações mais comerciais. No início deste ano, o designer Craig Grozynski desenhou a Comic Neue, uma versão “modernizada” da Comic Sans que ganhou elogios até de Connare (essa fonte pode ser baixada de graça em seu site).

Também neste ano, a organização britânica Cancer Research UK aproveitou o vigésimo aniversário da Comic Sans para usá-la na campanha beneficente Comic Sans for Cancer. A organização convidou 500 artistas de 38 países, que desenharam pôsteres comemorativos sobre a Comic Sans.

200 desses pôsteres foram expostos em Londres em agosto e estão sendo vendidos para arrecadar fundos para a Cancer Research UK. Entre os artistas que participaram estão tanto Vincent Connare como Dave e Holly Combs, do Ban Comic Sans.

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