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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h27.
O comércio eletrônico está comemorando o melhor Natal de sua história no Brasil. Neste mês, o faturamento do setor deve alcançar 200 milhões de reais, considerando as compras natalinas e de final do mês. A cifra é 29% superior aos 155 milhões apurados em 2003. Segundo Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit, consultoria especializada no setor, trata-se do melhor desempenho mensal já verificado.
Apesar da expansão das vendas, o tíquete médio subiu pouco de 311 reais, no ano passado, para 330 reais. "O valor praticamente acompanhou a inflação", afirma Guasti. Segundo ele, isso é explicado porque o valor unitário das compras já está alto desde o ano passado. O motivo é que os internautas consomem produtos de maior valor agregado, como eletroeletrônicos, artigos de informática e câmaras digitais.
Há três motivos para o sucesso da internet neste Natal. O primeiro é a diferença de preços entre as lojas virtuais e as reais, realçada, nesta época do ano, pelas promoções no mundo virtual. Outra razão é a crescente confiança dos consumidores nos serviços de venda online. "Por fim, a própria base de consumidores está crescendo", afirma Guasti. Em janeiro, 2,5 milhões de brasileiros já haviam realizado, pelo menos, uma transação pela web. Em dezembro, o total atingiu 3 milhões.
As empresas que operam no setor também confirmam a maior demanda neste ano. O portal Submarino, por exemplo, elevou em 45% suas vendas, em relação ao Natal anterior. Entre 15 de novembro e 24 de dezembro, o portal registrou 400 mil pedidos, com tíquete médio de 180 reais, contra 160 reais no ano passado.
A expansão dos negócios não se restringiu ao Brasil. Nos Estados Unidos, a Amazon.com bateu seu recorde de vendas em 10 anos de atividades. Em um único dia (14/12), o portal recebeu 2,8 milhões de pedidos de 700 mil visitantes. O volume equivale à venda de 32 itens por segundo. Animados com o desempenho, os investidores fizeram as ações da companhia, listadas na Nasdaq, subirem 9% na véspera do Natal.
Varejo online
O comércio eletrônico refere-se a transações cujo pagamento foi efetuado via internet. É o caso de um livro comprado na loja virtual e pago com o cartão de crédito fornecido pelo usuário. Trata-se de uma categoria de operações do varejo online, que abrange também o potencial de negócios gerados pela internet. Ou seja, o consumidor consulta o produto ou serviço na web, mas conclui a compra fisicamente, seja numa revendedora de automóveis ou numa agência de turismo.
O varejo online também teve motivos para festejar o Natal. O movimento cresceu 42% sobre o ano passado e representou um volume de 970 milhões de reais, entre o início do mês e as festas. "Foi um resultado extremamente positivo", afirma Daniel Domeneghetti, vice-presidente de Métricas e Conhecimento da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-net) e diretor da E-Consulting. A expectativa era de uma expansão de 34%.
As cifras envolvem três categorias de bens: automóveis, bens de consumo e turismo. Os veículos responderam por 55% das operações, seguidos pelos bens de consumo (27%) e pelo turismo (18%). O varejo online deve encerrar 2004 com um faturamento total de 7,3 bilhões de reais, afirma Domeneghetti, contra 5 bilhões no ano passado. O salto também permite caracterizar o ano como o melhor do setor no Brasil. Já o comércio eletrônico (que envolve o pagamento via internet) deve terminar com um faturamento de 1,7 bilhão de reais, ante os 1,180 bilhões de 2003, de acordo com estimativa de Guasti, da e-bit.