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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h44.
O comércio eletrônico brasileiro faturou no primeiro semestre 51% mais do que em mesmo período do ano passado. Sem considerar o faturamento dos sites de automóveis, dos leilões online e de agências de turismo, a receita de 745 milhões de reais é resultante de 35% de crescimento do volume de vendas e 10% do tíquete médio. Em 2003, esse mercado havia obtido receita de 495 milhões de reais, 40% mais do que em 2002 (veja tabela abaixo).
Apesar da expansão na base de consumidores ter sido grande, ela não foi responsável pelo desempenho do semestre. Segundo a consultoria e-bit, responsável pelos dados de faturamento, o resultado pode ser atribuído ao aumento de freqüência de compras dos consumidores na internet, uma vez que a base de usuários com pelo menos uma experiência de compra online cresceu 10%, para 2,75 milhões de internautas.
A consultoria também vê no aumento das compras de bens mais caros, como aparelhos de informática e de telefonia celular, uma das explicações para o avanço do faturamento. Os livros e DVDs, produtos tradicionais no comércio virtual, estão perdendo participação relativa para bens de maior valor. O tíquete médio nos meses de maio e junho foi superior a 300 reais.
Cid Torquato, da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, afirma que é preciso ponderar que o varejo online, apesar do desempenho, é apenas um dos canais de venda e representa cerca de 2% das operações. De qualquer modo, o crescimento do setor prossegue em ritmo acelerado, e as estimativas da Câmara para 2005 estão sendo revisadas para cima. "A projeção conservadora é de faturamento de 2,5 bilhões de dólares no ano que vem, mas é mais provável que chegue a 2,8 bilhões", diz.
Acessos
O impacto da internet sobre o comércio não deve ser medido apenas pelo volume de compras, diz Marcelo Coutinho, diretor de serviços de análises do Ibope/NetRatings. "Há um aumento da importância da rede no processo de tomada de decisão do consumidor, na percepção de marcas, comparação de benefícios, preço, pós-venda, entre outros." Segundo Coutinho, nos Estados Unidos a internet já influencia indiretamente mais da metade dos gastos no varejo.
De acordo com o Ibope/NetRatings, no primeiro semestre de 2004 a média de visitantes de sites de comércio eletrônico foi de 5,7 milhões (acesso domiciliar). "Pela primeira vez desde que começamos a medir audiência de internet no Brasil, o número de internautas visitando esses sites está bem próximo de 50% do total de usuários ativos - marca de dezembro e maio, meses de pico." A empresa não avalia dados referentes a faturamento no Brasil.
Comércio eletrônico* (em US$ bilhões) | |||||||
Onde |
1999 |
2000 |
2001 |
2002 |
2003 |
2004 |
2005 |
Brasil |
0,1 |
0,3 |
0,5 |
1,4 |
1,7 |
2,0 |
2,4 |
AL |
0,2 |
0,5 |
1,3 |
2,3 |
4,5 |
7,8 |
12,0 |
EUA |
16,3 |
38,3 |
49,8 |
75,0 |
97,5 |
126,8 |
155,6 |
* inclui veículos, leilões, turismo e bens como livros e revistas, CDs e DVDs, aparelhos de telefonia celular e informática, perfumaria e flores Fonte: E-Consulting |