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Com US$ 230 mi, HMD vai expandir presença da Nokia no Brasil

A marca, nas mãos da HMD Global, promete celulares que ficam cada vez melhores com o passar do tempo

Florian Seiche: presidente da HMD Global acredita que Brasil seja um dos mercados mais importantes do mundo para a Nokia (Stanislav KrasilnikovTASS via Getty Images/Getty Images)

Lucas Agrela

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 13h15.

Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 10h59.

A HMD Global, responsável pelos celulares da marca Nokia , recebeu um aporte de 230 milhões de dólares para continuar a sua expansão internacional, que tem o Brasil como um dos principais focos.

A companhia lançou seu primeiro smartphone no país, o Nokia 2.3, no primeiro semestre de 2020 e promete a chegada de mais dois aparelhos ao mercado nacional até o fim do ano. Uma das categorias de interesse da empresa é a de feature phones, os celulares básicos que possuem recursos conectados, normalmente vendidos por menos de 500 reais. Noo Brasil, a Multilaser é a distribuidora dos produtos da marca Nokia.

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“Temos uma proposta de valor muito clara para o consumidor: democratizar a tecnologia. Nosso foco está na categoria intermediária de celulares. Queremos trazer produtos interessantes, mas fazemos produtos que duram. Certificamo-nos de que estão protegidos e com um software Android atualizado. É uma combinação poderosa”, afirma Maurizio Angelone, vice-presidente da HMD para a América Latina, em entrevista à EXAME.

O presidente Global da HMD Global, Florian Seiche, conta que a empresa tem a missão de acelerar a oferta de celulares com preços acessíveis que contem com internet 5G em todo o mundo.

Leia, a seguir, a entrevista exclusiva de Seiche à EXAME.

O novo investimento é enorme. Quais empresas estão envolvidas nisso?
Estamos empolgados com o fato de esta rodada de investimentos vir de alguns de nossos parceiros estratégicos: Nokia Technologies, Qualcomm e Google. Somos gratos por sua confiança e apoio contínuos para nosso negócio e visão.

O que o HMD planeja para o futuro com este novo investimento?
Vamos usar esse investimento estratégico de quatro maneiras distintas: Primeiro, vamos usá-lo para expandir as operações em mercados de crescimento chave, incluindo as operações introduzidas recentemente no Brasil, bem como na África e na Índia. Estamos acelerando nossa missão de tornar os smartphones 5G acessíveis aos consumidores em todo o mundo, com ênfase em fortes parcerias com operadoras americanas. Também estamos dedicando recursos adicionais às nossas ofertas com prioridade digital. Depois de adquirir a Valona Labs em Tampere, Finlândia, no início deste ano, demos início a uma campanha de recrutamento de profissionais de software para ajudar a desenvolver novos serviços. Isso faz parte da nossa visão de capitalizar nossa reputação como líder global em atualizações e segurança de software para smartphones, expandindo para novas ofertas de serviços. Este novo Centro de Excelência em Tampere liderará essa diversificação de nossa propriedade intelectual e oferta de entrada no mercado. Finalmente, vamos dobrar nossa oferta de serviço móvel. Este ano, anunciamos o HMD Connect, um serviço de roaming sem complicações, seguro e acessível com planos a partir de 9,95 euros. No momento, estamos na versão beta com suporte para mais de 120 países. Nos próximos meses, as pessoas ouvirão mais conforme lançarmos o lançamento completo.

Como você planeja reconstruir a forte marca que a Nokia teve no passado no Brasil?
Estamos felizes com a receptividade dos brasileiros com a volta dos celulares Nokia ao país. Os telefones Nokia têm historicamente tido uma resposta fantástica dos fãs brasileiros, e a marca ainda é reconhecida como uma das marcas de celular da mais alta qualidade na indústria. O principal diferencial do portfólio da Nokia é que esses smartphones trazem especificações premium a preços acessíveis e terão atualizações de sistema operacional e segurança, o que a maioria de nossos concorrentes não pode garantir nesta faixa de preço. Nosso objetivo é democratizar a tecnologia trazendo smartphones acessíveis que ficarão melhores com o passar do tempo.

Por que a HMD Global está entrando no mercado de chips de celular internacionais?
Quando começamos a nossa jornada na HMD Global, tínhamos o compromisso de sempre oferecer não apenas hardware da mais alta qualidade, mas também a experiência mais atualizada e segura, que se tornou um diferencial importante para nosso negócio. Temos trabalhado muito para definir o que mais podemos oferecer aos consumidores que agregue valor real à sua experiência telefônica diária. Construir o HMD Connect foi o próximo passo natural para nós por conta disso.

Esse novo investimento será usado para ampliar o portfólio do aparelho no Brasil? O que podemos esperar para o futuro próximo?
O Brasil é definitivamente um mercado prioritário para a HMD e uma das principais regiões onde usaremos o investimento para expandir as operações. Apresentaremos dois novos smartphones com preços diferentes em breve na primavera, e teremos mais novidades interessantes para compartilhar no final do ano. Além disso, como continuamos a liderar a categoria de feature phones por valor --- e nosso volume e participação em valor aumentaram novamente no último trimestre para 20% de todos os feature phones feitos em qualquer lugar do mundo ---, vemos um grande potencial no Brasil para esse negócio. No final do ano, entraremos na categoria no país.

A HMD fornecerá telefones para o mercado corporativo no Brasil?
B2B é a chave para nossa estratégia global, incluindo o Brasil. Estamos explorando oportunidades no país para levar a experiência dos smartphones da Nokia para clientes corporativos em breve.

Qual a importância dos dispositivos 5G na estratégia da HMD?
Nossa missão é tornar os smartphones 5G acessíveis aos consumidores em todo o mundo. Há alguns meses, apresentamos o Nokia 8.3 5G, um dispositivo único sub-6 5G à prova de futuro com o maior número de novas bandas de rádio 5G de 600 MHz a 3,8 GHz. Vemos uma oportunidade excepcional para levarmos o 5G a um segmento mais acessível. Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros para garantir que quando os países estiverem prontos para 5G, nós também estejamos prontos.

Os tablets e smartwatches devem ser lançados com a marca Nokia?
Por enquanto, estamos focados em continuar desenvolvendo nossos smartphones, feature phones e portfólio de acessórios, bem como ir além de apenas hardware e em um provedor de serviços móveis holístico com HMD Connect.

Huawei recentemente se tornou líder mundial no mercado de smartphones. Como você vê a concorrência de marcas chinesas como Xiaomi e Huawei?
Sabemos que a competição é uma realidade, mas nosso foco é democratizar a tecnologia. Estamos mudando o paradigma da indústria ao oferecer telefones que realmente estão cada vez melhores com o tempo. O principal diferencial do portfólio de smartphones Nokia é que oferecemos especificações premium a preços acessíveis e obteremos atualizações de sistema operacional e segurança, o que a maioria de nossos concorrentes não pode garantir nesta faixa de preço. Isso é único no setor, especialmente em dispositivos básicos e intermediários

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