Tecnologia

Cientistas desenvolvem teste que detecta ebola em meia hora

Cientistas japoneses anunciaram um método para detectar a presença do vírus em 30 minutos, com uma técnica de diagnóstico simples

Funcionários vestem roupas de proteção contra o ebola em hospital da Libéria (Dominique Faget/AFP)

Funcionários vestem roupas de proteção contra o ebola em hospital da Libéria (Dominique Faget/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 09h14.

Tóquio - Cientistas japoneses anunciaram nesta terça-feira o desenvolvimento de um método para detectar a presença do vírus ebola em 30 minutos, com uma técnica de diagnóstico simples, que poderia ser usada no oeste da África.

O professor Jiro Yasuda e sua equipe da Universidade de Nagasaki informaram que o teste é mais barato que o sistema atual utilizado nesta região do continente africano, onde o vírus matou mais de 1.500 pessoas em 2014.

"O novo método é mais simples que o atual e pode ser utilizado nos países onde não estão disponíveis os aparelhos caros de avaliação", disse Yasuda à AFP.

A equipe de Yasuda desenvolveu um método que revela visualmente apenas os genes específicos do vírus do ebola encontrados em uma mostra de sangue ou em qualquer outro fluido corporal.

Utilizando técnicas já existentes, extrai o ácido ribonucleico (ARN) - as moléculas biológicas para a codificação de genes - de qualquer vírus presente na mostra de sangue.

A partir destas informações, o método cria uma sequência de DNA que é misturada em um tubo de ensaio com uma substância específica.

A mescla é submetida então a uma temperatura de 60-65 graus Celsius.

No caso de presença do ebola, o DNA específico do vírus se revelará em 30 minutos. Em caso contrário, o líquido ficará turvo.

Atualmente, o ebola é detectado com um processo que dura entre uma e duas horas, com material muito específico.

O novo método "exige apenas um equipamento que possa ser aquecido com uma bateria e que custa algumas centenas de dólares, um preço que os países em desenvolvimento podem pagar", explicou Yasuda.

"O teste está pronto para ser enviado", completou o cientista, que ainda não recebeu nenhum pedido dos países afetados.

A epidemia do vírus Ebola, transmitida por contato com fluidos corporais infectados, provocou um alerta mundial.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou até 26 de agosto 1.552 mortes de um total de 3.069 casos detectados na Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDoençasEbolaEpidemiasJapãoPaíses ricos

Mais de Tecnologia

Streaming gerou US$ 3,8 bilhões em receitas no 1º trimestre

Por que um objetivo final é chamado de “Santo Graal”?

Comitê da ONU finaliza tratado internacional histórico sobre cibercrime

Justiça proíbe WhatsApp de compartilhar dados de usuários brasileiros com empresas do grupo Meta

Mais na Exame