O futuro da energia solar pode estar na nanotecnologia
Cientistas criaram uma nova maneira de gerar energia solar com moldes de nanotubo de carbono repletos de moléculas
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2014 às 13h49.
O uso de energia solar em larga escala exige avanços consideráveis em tecnologias de armazenamento de energia para atender às crescentes demandas globais. Mas o futuro pode estar nas nanopartículas.
Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard criaram uma nova maneira de armazenar e gerar energia solar em moléculas dentro de moldes de nanotubos de carbono. Essa energia pode ser aproveitada para aquecer casas no inverno, esquentar a água ou até para cozinhar.
O estudo foi publicado no periódico científico Nature Chemistry. Segundo a revista The Atlantic, os nanotubos podem armazenar e gerar energia por longos períodos de tempo por um baixo custo. Além disso, podem ser reutilizados sem emitir nenhum gás causador do efeito estufa.
O experimento com nanotubos usou moléculas de azobenzeno. Essas moléculas, também conhecidas como photoswitches, podem assumir duas formas diferentes mais de 10 mil vezes sem degradar. A exposição à luz solar faz com que elas absorvam a energia e mudem de configuração para armazenar esse calor por longos períodos de tempo.
Para liberar a energia, basta expor as moléculas a uma pequeníssima quantidade de luz, que não precisa ser do Sol. O ambiente pode até estar escuro, desde que tenha certa quantidade de calor ou eletricidade para as moléculas gerarem energia. Isso significa que a técnica depende menos da luz solar do que os métodos usados atualmente, o que torna o azobenzeno uma ótima ferramenta na geração de energia.
Mas, sozinho, o azobenzeno é muito pequeno para reter energia suficiente. Por isso, os pesquisadores enxergaram a necessidade de usar moldes de nanotubo de carbono para reunir uma grande quantidade de moléculas e aumentar o potencial do composto.
Os cientistas ainda não sabem como construir uma máquina com esse material, mas os testes em laboratórios foram um sucesso. Os autores do artigo imaginam que a tecnologia poderia ser usada principalmente em países onde a maioria das pessoas depende de lenha para cozinhar, o que gera níveis perigosos de poluição do ar, eleva o desmatamento e contribui para as mudanças climáticas.