CEO do Telegram se pronuncia após prisão e defende que plataforma não é "anárquica"
Pavel Durov, fundador do Telegram, foi preso em Paris sob acusações de facilitar atividades ilegais na plataforma
Redator na Exame
Publicado em 6 de setembro de 2024 às 09h38.
Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 10h18.
O CEO do Telegram, Pavel Durov,fez sua primeira declaração públicaapós ser preso pelas autoridades francesas no mês passado, defendendo a empresa e questionando as acusações levantadas contra ele.
Durov, que obteve cidadania francesa em 2021, foi detido pela polícia francesa em 24 de agosto, logo após chegar a Paris em seu jato particular.Ele foi acusado de cumplicidade na distribuição de material de abuso sexual infantil e tráfico de drogas por meio do Telegram, mas foi liberado sob a condição de não poder deixar o país. As informações são da Business Insider.
Em um post extenso em seu canal no Telegram, Durov expressou surpresa com sua prisão,afirmando que as autoridades poderiam ter contatado a empresa diretamente para lidar com as alegações.Ele destacou que o Telegram tem um representante oficial na União Europeia, responsável por responder a solicitações de autoridades, e que já havia colaborado anteriormente com o governo francês para estabelecer uma linha direta para combater o terrorismo no país.
Segundo Durov, sua detenção é um exemplo de um "erro de abordagem", considerando que as leis usadas para o acusar são anteriores à era dos smartphones e que ele não deveria ser responsabilizado por crimes cometidos por terceiros na plataforma. Ele afirmou que o Telegram reconhece o desafio de equilibrar privacidade e segurança e que está em constante diálogo com reguladores para encontrar essa harmonia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, respondeu às críticas, ressaltando que a prisão de Durov foi parte de uma investigação judicial em andamento, e não uma decisão política. As autoridades francesas acusam o Telegram de permitir a proliferação de atividades ilegais, incluindo abuso infantil e tráfico de drogas, mas Durov argumenta que a plataforma tem adotado medidas para enfrentar esses problemas e que continuará a melhorar suas práticas de segurança.
Durov também mencionou que o crescimento rápido da base de usuários do Telegram, que agora atinge cerca de 950 milhões de pessoas, trouxe desafios, tornando a plataforma mais suscetível a abusos. Ele reafirmou seu compromisso pessoal em garantir melhorias significativas na plataforma para combater esses crimes.
Futuro do Telegram na Europa
A prisão de Durov ocorre em um momento crucial para o Telegram, que continua a expandir sua base de usuários globalmente. No entanto, essa expansão também trouxe novos desafios, principalmente relacionados à supervisão de atividades ilegais na plataforma.A pressão por maior controle regulatório e a necessidade de responder rapidamente às autoridades coloca o Telegram em uma encruzilhada em termos de suas operações na Europa.
O resultado dessa investigação na França pode definir o futuro da plataforma em outros países europeus. Se as acusações forem mantidas, é possível que o Telegram enfrente uma série de restrições regulatórias em mercados chave, o que pode comprometer sua posição de destaque como uma das principais plataformas de comunicação do mundo.