Homologação: nenhuma das operadoras brasileiras implementou até o momento um bloqueio aos aparelhos piratas, com receio de perder clientes (Stock.Xchange)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2013 às 13h18.
São Paulo - A determinação da Anatel para que as operadoras celulares implementem um sistema para identificar e bloquear o uso de celulares piratas no Brasil vai afetar muita gente. Estima-se que esses aparelhos representem entre 15% e 20% da base de celulares em serviço no país, o que corresponde a dezenas de milhões de terminais.
Atualmente, cada operadora tem sua própria plataforma de gerenciamento de terminais, responsável por identificar os modelos que acessam suas redes. Nenhuma delas implementou até o momento um bloqueio aos aparelhos piratas, com receio de perder clientes. Entretanto, os celulares não-homologados geram prejuízos para as teles.
"Recebemos muitas reclamações no call center de usuários com problema de acesso. Ao verificar, percebemos que a culpa não é da nossa rede, mas do aparelho, que não é homologado e tem defeitos. Como não conhecemos o produto, sequer conseguimos prestar suporte", relata uma fonte de uma operadora.
Outra fonte do mercado de handsets demonstra ceticismo quanto à eficiência da solução a ser criada. "Os bandidos vão continuar falsificando TACs (número de modelo de aparelho) e as pessoas que trazem celulares legalmente do exterior correrão o risco de serem bloqueadas", alerta, referindo-se a clientes que compram modelos novos em viagens internacionais antes de seu lançamento (e certificação) no Brasil.
Há também quem critique a responsabilização das teles: para algumas fontes, quem deveria combater o problema seria a Polícia Federal, já que os terminais piratas entram ilegalmente no País. O combate aos celulares piratas é uma bandeira antiga dos fabricantes legalmente instalados no País. Outros mercados emergentes, como a China, enfrentam a mesma questão.