Tecnologia

Carteira do futuro não terá cédula ou cartão, diz MasterCard

Com avanços de tecnologia e de cultura, sistemas digitais de pagamento devem ganhar muito espaço nos próximos anos e diminuir uso de cédulas

Cartão de crédito: cartões e cédulas de dinheiro poderiam ser aposentadas com tecnologia existente (Andrey Rudakov/Bloomberg)

Cartão de crédito: cartões e cédulas de dinheiro poderiam ser aposentadas com tecnologia existente (Andrey Rudakov/Bloomberg)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 17 de junho de 2015 às 06h08.

São Paulo – No futuro, sua carteira estará bem mais magra. Ela não precisará carregar cédulas de dinheiro ou mesmo cartões de crédito. Essa é a previsão de James Anderson, vicepresidente de mobile e países emergentes da MasterCard.

“A tecnologia necessária para isso já existe e está sendo implantada ao redor do mundo”, disse o executivo a EXAME.com em uma conversa.

Quem assume, então, o lugar do dinheiro em notas e de cartões? O smartphone. Anderson cita três exemplos como os principais na atualidade: Apple Pay, Android Pay e Samsung Pay.

Essas tecnologias estão mudando a forma como as pessoas lidam com pagamentos. A previsão dele é que muitas outras empresas ainda invistam nesse tipo de tecnologia. Além das empresas com as quais a MasterCard trabalha em parceira, ela mesma tem um projeto nessa área, o MasterPass.

"Talvez cheguemos a esse ponto nos próximos anos, mas a migração dos últimos 10% das pessoas é sempre a parte mais difícil", disse.

Para Anderson, um dos principais pontos dentro do assunto é segurança. “As pessoas se preocupam muito com dinheiro e é algo com que elas realmente devem se preocupar”, disse.

Questionado sobre como passar ao consumidor a confiança de que colocar se cartão de crédito em um smartphone é algo seguro, Anderson disse que esse é um processo complicado. “As explicações de segurança são muito complexas. Tentar explicar isso ao consumidor é tirar a simplicidade de todo o processo – que é um dos objetivos da MasterCard”, afirmou. Ele ressalta que elas existem e que são assunto compreensível para doutores em matemática.

A empresa se apoia, portanto, na relação que sua marca tem com consumidores. Outro detalhe que entra nessa conta é o nome do banco do qual a pessoa é cliente.

“Muitas pessoas recebem seus salários diretamente em uma conta de banco. Existe uma relação de confiança entre elas e essa marca. E o mesmo entre os clientes e a nossa marca. Para nós, colocar o nome MasterCard em um serviço é atestar que ele é seguro e confiável”, disse Anderson.

Diferentes soluções

Mas é possível trabalhar com a ideia do fim do dinheiro em cédulas em países emergentes? O Brasil, por exemplo, tem quase 40% da população sem conta em banco.

“É preciso oferecer soluções diferentes, baseadas em tecnologias diferentes para essas populações. O Brasil é um país que tem todos os espectros possíveis. Desde uma parcela que adotaria o Apple Pay no momento de lançamento, até outras pessoas que não têm acesso a tecnologias de ponta”, disse Anderson.

Na África do Sul, uma solução de cartões foi usada pelo agência de seguro social do país. A adoção dos cartões aumentou o número de habitantes do país dentro do sistema bancário, pulando de 67% para 75% em apenas um ano (de 2012 para 2013).

Ao mesmo tempo, um esquema de segurança e verificação permitiu que o governo verificasse os beneficiados. "Se descobriu que muitos daqueles que recebiam o dinheiro já haviam morrido", contou Anderson.

James Anderson está no Brasil para a conferência Ciab Febraban 2015, na qual falará hoje em um debate sobre tokenização.

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