Uma cidade simulada foi inaugurada nesta segunda-feira no campus norte da Universidade de Michigan para testar como os carros autônomos vão funcionar no futuro sem massacrar os pedestres nem provocar enormes batidas.
“O corpo docente daqui da universidade projetou esse futuro completamente evoluído”, disse Peter Sweatman, diretor do Instituto de Pesquisa sobre Transporte, que supervisionou a criação da instalação de teste M City, em uma entrevista.
“Afinal, estamos substituindo seres humanos por máquinas, e essas máquinas precisam ser capazes de funcionar em ambientes completos e variados”.
As fabricantes de veículos estão na corrida para desenvolver carros autônomos e renovar seus modelos de negócios para um mundo onde a mobilidade está sendo redefinida, pois a maioria da população mundial vai convergir para grandes megacidades durante as próximas duas décadas.
Talvez carros autônomos que se movimentam em harmonia sejam essenciais para que pessoas e bens fluam com segurança e eficiência.
A M City, uma mini-metrópole de 13 hectares, visa reproduzir o caos urbano moderno, com engarrafamentos e pedestres imprevisíveis, junto com paisagens suburbanas, grandes autoestradas e rodovias rurais.
A instalação de US$ 10 milhões em Ann Arbor, Michigan, tem 40 fachadas de edifícios, cruzamentos angulosos, uma rotunda, uma ponte, um túnel, caminhos de cascalho e muitas perspectivas obstruídas. Tem até uma autoestrada de quatro faixas com rampas de entrada e saída.
Sebastian, um pedestre mecatrônico, vai interferir no trânsito para testar se os carros robóticos conseguirão detectar a presença dele e pisar no freio a fim de evitar um atropelamento, disse Sweatman.
‘Acelerar’
“Acreditamos que a tecnologia autônoma será extremamente atraente para os consumidores”, disse Sweatman. “Por isso, ela terá que ser implementada o mais rápido que conseguirmos dentro dos limites da razoabilidade e responsabilidade. Projetamos a M City para acelerar esse processo”.
As fabricantes de veículos disseram que os carros sem motorista poderiam chegar às ruas dentro de cinco anos.
O mercado para a tecnologia autônoma crescerá para US$ 42 bilhões por volta de 2025, e os carros que funcionam sozinhos poderiam equivaler a um quarto das vendas de automóveis no mundo em 2035, de acordo com a Boston Consulting Group.
Por volta de 2017, carros semi-autônomos que são capazes de funcionar em piloto automático, estacionar sozinhos e trocar de faixa automaticamente estarão disponíveis em “grandes quantidades”, disse a firma.
Até agora, os testes de carros autônomos foram realizados em vias públicas ou áreas particulares destinadas a esse fim. As fabricantes de veículos estudam os carros-robô em pistas antigas de teste projetadas para avaliar com que velocidade os carros tradicionais podem dar voltas ou quão bem eles funcionam com humanos ao volante.
A Google Inc. registrou mais de 1,6 milhão de quilômetros em testes de seu veículo autônomo nas ruas do Vale do Silício e, a partir do mês passado, nas autoestradas de Austin, Texas.
A M City representa uma alternativa a isso.
“Se você está nas estradas públicas, com certeza surgirão toda sorte de situações incomuns, mas elas só acontecerão uma vez”, disse Sweatman. “Gostamos da noção de criar situações desafiadoras que podemos repetir quantas vezes quisermos”.
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1. Os carros do futuro
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1/8 (hxdyl/ThinkStock)
São Paulo -
Carros elétricos e leves que se dirigem sozinhos e são compartilhados. É esta a visão de um futuro próximo que surge de um relatório lançado na última semana pelo banco americano
Goldman Sachs sobre as perspectivas para o setor automotivo na próxima década. 4 temas aparecem bastante: a pressão para cortar as emissões de gases estufa, o foco em segurança em uma sociedade que envelhece, o desejo de conveniência para otimizar tempo e espaço e a necessidade de preços acessíveis. Para juntar isso tudo, só com muita
inovação: "a necessidade da indústria automotiva de abraçar a mudança tecnológica é agora mais urgente do que nunca", diz o relatório. 7 tendências foram identificadas: uma "dieta" no peso dos carros, inovação nos motores, carros autônomos, poder para fornecedores, entrada de novas empresas, carros conectados e foco nos emergentes. Entenda cada uma delas:
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2. Carros autônomos
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2/8 (Yuya Shino/Reuters)
O americano médio passa entre 300 e 400 horas dirigindo por ano, mas esse tempo pode em breve ser colocado para algum uso mais produtivo: os carros autônomos do
Google começarão a ser testados nas ruas no verão norte-americano deste ano. A Tesla planeja lançar um carro com “direção automática” no próximo trimestre, enquanto a Cadillac promete o mesmo para o ano que vem. 2016 também deve ter lançamentos do tipo pela Audi, Mercedes-Benz e BMW. Ninguém sabe como será a regulação estatal, mas vale lembrar que apesar de
sua cota de acidentes, os carros autonônomos são considerados muito mais seguros do que os conduzidos por humanos. "Uma porcentagem cada vez menor de pessoas jovens tira carteira de motorista em países desenvolvidos como os Estados Unidos e o Reino Unido. Se a direção autônoma e o compartilhamento de carros pegar em áreas urbanas, jovens nessas áreas talvez nunca aprendam a dirigir", diz o Goldman Sachs.
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3. Inovação sem fim no motor
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3/8 (Marco de Bari/Quatro Rodas)
O Goldman Sachs espera que a regulação de
poluição e eficiência continue ficando cada vez mais rígida no mundo todo, tanto no nível local quanto no nacional, e com uma possível harmonização em nível internacional. Isso exigirá das montadoras uma inovação constante para diminuir e melhorar os motores, com vários tipos de modelos híbridos. No entanto, a aposta do banco é na convivência e não na substituição total de modelos. A previsão é que daqui 10 anos, os veículos elétricos respondam por 1 em cada 4 carros vendidos, o que ainda deixaria os veículos convencionais com uma parcela de mercado de 75%.
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4. Carros conectados e mobilidade compartilhada
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4/8 (Reprodução/Hyundai)
A "internet das coisas" é a nova fronteira da tecnologia: objetos conectados geram um fluxo de dados inédito que permite ganhos de conveniência e eficiência que até agora eram impensáveis. Até 2024, as redes móveis verão um crescimento de 10 vezes nas conexões máquina-a-máquina e metade destas conexões será automotiva,
segundo a Machina Research. De acordo com a companhia de pesquisa de tecnologia Gartner, cerca de 1 em cada 5 veículos no mundo todo terá alguma forma de conexão com rede sem fio até 2020, o que soma mais de 250 milhões de veículos conectados. Isso também significa que vai ficar mais fácil compartilhar veículos, o que muda totalmente o cálculo de custo em comprar um carro e reflete em outras indústrias, como a de seguros.
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5. Mais poder para os fornecedores
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5/8 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Como a regulação de emissão de gases estufa deve ficar cada vez mais dura, as montadoras terão que buscar empresas que possam fornecer equipamentos de alta tecnologia que tragam economia de combustível. A parte de pesquisa e desenvolvimento de cada grande empresa também deve ser diversificada para pulverizar o risco. Como elas estarão focadas em partes específicas, isso abre espaço para que os fornecedores de peças criem parcerias para fornecer e padronizar todo o resto.
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6. Uma "dieta" no peso dos carros
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6/8 (Divulgação/Local Motors)
"Até pouco tempo, segurança contra colisões e redução de peso eram metas irreconciliáveis", diz o banco. Agora, nem sempre. Isso é especialmente importante porque a redução de peso permite usar menos combustível e de quebra, emitir menos gases estufa. O banco aposta que na próxima década, veremos um grande aumento no uso de materiais como alumínio, aço de alta resistência e plástico reforçado com fibra de carbono.
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7. Foco nos países emergentes
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7/8 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
A euforia com o Brasil passou, e o setor automotivo tem sofrido as consequências: 250 concessionárias foram fechadas e 12 mil profissionais foram demitidos
só entre janeiro e abril deste ano. Isso não significa, no entanto, que os emergentes saíram do radar das empresas do setor. Muito pelo contrário: o espaço é enorme até em países que já estão desacelerando como a China, maior mercado mundial. "Esperamos que o PIB per capita supere 10 mil dólares em alguns países em desenvolvimento por volta de 2025, e é este o nível no qual geralmente a motorização começa a ganhar ímpeto", diz o relatório. A expectativa do banco é que mesmo países que não cheguem neste patamar possam ter ganhos expressivos. A
Índia, por exemplo, já está crescendo mais do que a China e pode se tornar o 3º maior mercado automotivo do mundo dentro de uma década.
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8/8 (Guenter Schiffmann/Bloomberg)