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Cachorros têm sentimentos como os humanos, diz estudo

Apaixonados por cães podem estar no caminho certo: o nível de emoção sentido por um cão é comparável ao de uma criança

Cachorro com presentes: mapas cerebrais gerados pela máquina comprovaram que os cães usam a mesma parte do cérebro humano para prever situações prazerosas (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 14h05.

São Paulo – É comum ver cachorros serem tratados como crianças por seus donos. Muitos consideram esse tipo de atitude exagerada, mas uma nova pesquisa indica que os apaixonados por cães podem estar no caminho certo: o nível de emoção sentido por um cão é comparável ao de uma criança. As informações são do The New York Times .

Gregory Berns, professor de neuroeconomia da Emory University (Estados Unidos), dedicou dois anos de pesquisa para entender o funcionamento do cérebro dos cães e descobrir o que eles pensam sobre as pessoas. Após vários experimentos, concluiu que os cachorros usam a mesma parte do cérebro humano para sentir.

Para chegar nessa conclusão, Berns usou uma máquina de ressonância magnética, capaz de analisar o cérebro humano. Esse exame é odiado por humanos porque exige que o paciente fique enclausurado e imóvel por um longo período de tempo.

Um veterinário iria recomendar que esse tipo de exame fosse feito com o cachorro anestesiado. O problema é que se o animal for medicado, impede que a máquina de ressonância magnética veja as atividades cerebrais. Por isso, todos os cães que participaram eram voluntários e podiam desistir de participar da pesquisa quando quisessem.

Para driblar o problema, Berns contou com a ajuda de Mark Spivak, um treinador de cães que ajudou o pesquisador a ensinar Callie, a cachorra do pesquisador e a primeira voluntária, a ficar imóvel durante todo o procedimento da ressonância magnética.

Callie aprendeu a subir os degraus do tubo construído na sala de estar da casa, colocar a cabeça em um descanso de queixo personalizado e ficar imóvel por períodos de até 30 segundos. Também aprendeu a usar protetores de ouvido para proteger sua audição do barulho que a máquina faz.


Os mapas cerebrais gerados pela máquina comprovaram que os cães usam a mesma parte do cérebro humano para prever situações prazerosas: o núcleo caudado. Essa área entre o tronco cerebral e o córtex é rica em receptores de dopamina e costuma ficar mais ativa diante de situação que envolvam comida, amor e dinheiro nos humanos. Também foi essa a região estimulada pela cadela quando simularam que ela receberia um petisco ou quando o dono reapareceu após ficar alguns minutos distante.

Para Berns, a capacidade de experimentar emoções positivas, como o amor e apego, significa que os cães têm um nível de sensibilidade comparável à de uma criança humana. E essa capacidade sugere repensar a forma como tratamos os cães.

Isso porque os cachorros têm sido considerados propriedade dos humanos, como se fossem apenas coisas. Mas as novas evidências sugerem que cães e, provavelmente, muitos outros animais (especialmente os primatas) têm emoções como nós. Um sinal de que é preciso repensar o tratamento de animais como propriedades de uma espécie superior, a dos humanos.

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São Paulo – É comum ver cachorros serem tratados como crianças por seus donos. Muitos consideram esse tipo de atitude exagerada, mas uma nova pesquisa indica que os apaixonados por cães podem estar no caminho certo: o nível de emoção sentido por um cão é comparável ao de uma criança. As informações são do The New York Times .

Gregory Berns, professor de neuroeconomia da Emory University (Estados Unidos), dedicou dois anos de pesquisa para entender o funcionamento do cérebro dos cães e descobrir o que eles pensam sobre as pessoas. Após vários experimentos, concluiu que os cachorros usam a mesma parte do cérebro humano para sentir.

Para chegar nessa conclusão, Berns usou uma máquina de ressonância magnética, capaz de analisar o cérebro humano. Esse exame é odiado por humanos porque exige que o paciente fique enclausurado e imóvel por um longo período de tempo.

Um veterinário iria recomendar que esse tipo de exame fosse feito com o cachorro anestesiado. O problema é que se o animal for medicado, impede que a máquina de ressonância magnética veja as atividades cerebrais. Por isso, todos os cães que participaram eram voluntários e podiam desistir de participar da pesquisa quando quisessem.

Para driblar o problema, Berns contou com a ajuda de Mark Spivak, um treinador de cães que ajudou o pesquisador a ensinar Callie, a cachorra do pesquisador e a primeira voluntária, a ficar imóvel durante todo o procedimento da ressonância magnética.

Callie aprendeu a subir os degraus do tubo construído na sala de estar da casa, colocar a cabeça em um descanso de queixo personalizado e ficar imóvel por períodos de até 30 segundos. Também aprendeu a usar protetores de ouvido para proteger sua audição do barulho que a máquina faz.


Os mapas cerebrais gerados pela máquina comprovaram que os cães usam a mesma parte do cérebro humano para prever situações prazerosas: o núcleo caudado. Essa área entre o tronco cerebral e o córtex é rica em receptores de dopamina e costuma ficar mais ativa diante de situação que envolvam comida, amor e dinheiro nos humanos. Também foi essa a região estimulada pela cadela quando simularam que ela receberia um petisco ou quando o dono reapareceu após ficar alguns minutos distante.

Para Berns, a capacidade de experimentar emoções positivas, como o amor e apego, significa que os cães têm um nível de sensibilidade comparável à de uma criança humana. E essa capacidade sugere repensar a forma como tratamos os cães.

Isso porque os cachorros têm sido considerados propriedade dos humanos, como se fossem apenas coisas. Mas as novas evidências sugerem que cães e, provavelmente, muitos outros animais (especialmente os primatas) têm emoções como nós. Um sinal de que é preciso repensar o tratamento de animais como propriedades de uma espécie superior, a dos humanos.

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