Brasileiros relatam como "sobreviveram" a 24h sem WhatsApp
Bloqueio do aplicativo durou cerca de um dia, mas causou prejuízos, especialmente para os donos de pequenos negócios
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2016 às 10h50.
São Paulo - Nas primeiras horas depois que o aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp foi bloqueado pela segunda vez no Brasil, a reação de parte dos 100 milhões de usuários do serviço no País foi de medo.
Além da sensação de isolamento, uma vez que o aplicativo é hoje a principal forma de contato com família e amigos, quem usa o WhatsApp para fazer negócios já calculava os prejuízos que teria nas 72 horas de "apagão".
No fim das contas, a suspensão só durou 24 horas: o desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, do Tribunal de Justiça de Sergipe, aceitou o recurso do WhatsApp e colocou fim ao bloqueio.
Tanto receio tem fundamento. Muitas pessoas recordaram o primeiro bloqueio ao aplicativo de mensagens, em dezembro de 2015. Na ocasião, o WhatsApp ficou 13 horas fora do ar - a maior parte do tempo de madrugada -, mas ainda assim fez muita gente perder dinheiro.
"Assim que li sobre o bloqueio, já tremi na base", disse Rafael Soares, dono do restaurante Leve Grill, de Bauru (SP).
Na terça-feira, 3, os pedidos de refeições no Leve Grill caíram 60% por causa da indisponibilidade do serviço, apesar de ele ter usado mensagens de texto (SMS), telefone e o aplicativo de mensagens Telegram para atender clientes.
Na 25 de Março, tradicional centro de compras de São Paulo, o gerente de vendas Fábio da Silva também deixou de fechar negócios na loja de bijuterias Karisma Bijou. Ele estima que perdeu R$ 1,5 mil em encomendas.
"Usar o WhatsApp para fazer compras se tornou uma maneira mais barata, pois nossos clientes não precisam gastar com a passagem para vir a São Paulo", afirmou.
Segundo ele, 5% das vendas da Karisma Bijou são fechadas por meio do WhatsApp. "A tendência é de crescimento", diz Silva.
O impacto do bloqueio para a dona da loja de roupas virtual BDress, Mariana Arantes, também foi forte. Ela atende cerca de 20 pessoas e conclui até 15 vendas pelo app por dia.
"Tive queda de quase 90% nas vendas em um só dia", disse ela. "Como é um problema transitório, as pessoas têm a reação de esperar. Ninguém liga o computador para conversar por e-mail."
Susto
"Graças a Deus voltou", comemorou a desempregada Gláucia Camargo, que usa o aplicativo para receber as encomendas de doces da Quitutes da Vovó, preparados por sua mãe.
Felizmente, a empresa familiar não registrou prejuízos significativos durante o bloqueio. "Às segundas, não recebemos muitos pedidos pelo aplicativo, mas o movimento se intensifica na metade da semana."
Com ou sem prejuízo material, porém, a maior parte dos usuários do WhatsApp no Brasil não quer passar pela experiência de se ver sem a ferramenta outra vez.
A suspensão do aplicativo parece evidenciar que boa parte das pessoas nem se lembra mais que, há apenas sete anos, o WhatsApp nem existia e era preciso recorrer a outras tecnologias, como o velho telefone fixo ou a mensagem de texto para se comunicar ou fazer negócios. "Os clientes estão mudando de postura", disse Silva, da Karisma Bijou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Nas primeiras horas depois que o aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp foi bloqueado pela segunda vez no Brasil, a reação de parte dos 100 milhões de usuários do serviço no País foi de medo.
Além da sensação de isolamento, uma vez que o aplicativo é hoje a principal forma de contato com família e amigos, quem usa o WhatsApp para fazer negócios já calculava os prejuízos que teria nas 72 horas de "apagão".
No fim das contas, a suspensão só durou 24 horas: o desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, do Tribunal de Justiça de Sergipe, aceitou o recurso do WhatsApp e colocou fim ao bloqueio.
Tanto receio tem fundamento. Muitas pessoas recordaram o primeiro bloqueio ao aplicativo de mensagens, em dezembro de 2015. Na ocasião, o WhatsApp ficou 13 horas fora do ar - a maior parte do tempo de madrugada -, mas ainda assim fez muita gente perder dinheiro.
"Assim que li sobre o bloqueio, já tremi na base", disse Rafael Soares, dono do restaurante Leve Grill, de Bauru (SP).
Na terça-feira, 3, os pedidos de refeições no Leve Grill caíram 60% por causa da indisponibilidade do serviço, apesar de ele ter usado mensagens de texto (SMS), telefone e o aplicativo de mensagens Telegram para atender clientes.
Na 25 de Março, tradicional centro de compras de São Paulo, o gerente de vendas Fábio da Silva também deixou de fechar negócios na loja de bijuterias Karisma Bijou. Ele estima que perdeu R$ 1,5 mil em encomendas.
"Usar o WhatsApp para fazer compras se tornou uma maneira mais barata, pois nossos clientes não precisam gastar com a passagem para vir a São Paulo", afirmou.
Segundo ele, 5% das vendas da Karisma Bijou são fechadas por meio do WhatsApp. "A tendência é de crescimento", diz Silva.
O impacto do bloqueio para a dona da loja de roupas virtual BDress, Mariana Arantes, também foi forte. Ela atende cerca de 20 pessoas e conclui até 15 vendas pelo app por dia.
"Tive queda de quase 90% nas vendas em um só dia", disse ela. "Como é um problema transitório, as pessoas têm a reação de esperar. Ninguém liga o computador para conversar por e-mail."
Susto
"Graças a Deus voltou", comemorou a desempregada Gláucia Camargo, que usa o aplicativo para receber as encomendas de doces da Quitutes da Vovó, preparados por sua mãe.
Felizmente, a empresa familiar não registrou prejuízos significativos durante o bloqueio. "Às segundas, não recebemos muitos pedidos pelo aplicativo, mas o movimento se intensifica na metade da semana."
Com ou sem prejuízo material, porém, a maior parte dos usuários do WhatsApp no Brasil não quer passar pela experiência de se ver sem a ferramenta outra vez.
A suspensão do aplicativo parece evidenciar que boa parte das pessoas nem se lembra mais que, há apenas sete anos, o WhatsApp nem existia e era preciso recorrer a outras tecnologias, como o velho telefone fixo ou a mensagem de texto para se comunicar ou fazer negócios. "Os clientes estão mudando de postura", disse Silva, da Karisma Bijou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.