São Paulo — Após 14 horas na fila numa das lojas da Apple nos Estados Unidos, o jornalista Rafael Fischmann conseguiu comprar seu iPad 2. Fischmann chegou a ser entrevistado por noticiários americanos por ser um dos primeiros na fila para a compra do tablet em Nova York. Porém, ao desembarcar no Brasil, notou que seu tablet não estava na bagagem. 

Ele esperou 14 horas, enfrentando frio e fome, para ser um dos primeiros brasileiros a comprar o novo tablet. E conseguiu. Comprou dois iPad 2, uma capa Smart Cover e um teclado Apple Wireless Keyboard. Passado o perrengue nos Estados Unidos, Fischmann pegou um voo de volta para o Brasil, utilizando a companhia aérea American Airlines. Fez uma escala em Miami e depois seguiu até seu destino final, em Salvador.

Ao desembarcar no aeroporto da capital baiana, Fischmann foi informado que sua bagagem havia se extraviado e que seria entregue a ele no dia seguinte. Apenas um dos iPad 2 estava com ele na bagagem de mão. As demais compras tinham sido despachadas. Não era a primeira vez que Fischmann trazia eletrônicos de uma viagem e nem a primeira que sua bagagem fora extraviada. Mas, nessa vez, o final da história foi diferente.

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A companhia aérea devolveu a bagagem no dia seguinte. Antes de abri-la, o brasileiro verificou se havia alguma avaria na mesma, mas não encontrou nenhum sinal de violação. Porém, ao abrir o cadeado, notou que os outros produtos não estavam mais no interior da mala. Um iPad 2 ainda na caixa e os outros acessórios haviam sido furtados. Fischmann entrou em contato com a American Airlines, mas a empresa não soube dizer em que momento a bagagem poderia ter sido violada e nem como.

Agora Fischmann está iniciando um processo na justiça, que poderá levar muito tempo até que os valores perdidos sejam ressarcidos. Até mesmo a compra de um novo iPad 2 pode levar meses, uma vez que o produto já se encontra fora de estoque nos Estados Unidos. Como lição, o brasileiro aprendeu que não há mais condições de viajar, comprar eletrônicos e trazê-los despachados na bagagem com segurança.

“Acho que nunca saberei quem levou. Pode ter sido um agente aeroportuário, alguém da própria American Airlines (empregado direto ou terceirizado), alguém ligado à Polícia ou até quem fez o transporte da bagagem entre os vários lugares por onde ela deve ter passado. As possibilidades são muitas — não dá nem pra dizer se o furto ocorreu no Brasil ou ainda nos Estados Unidos. Mas isso ocorreu, e o fato é que não temos hoje segurança para transportar objetos de valor em viagens, a não ser na bagagem de mão”, diz Fischmann.