Exame Logo

Brasileiro ocupará cargo que já foi de Graham Bell no IEEE

Carioca José Roberto Boisson de Marca será o primeiro engenheiro de fora da América do Norte a presidir organização

De Marca: engenheiro faz parte do Instituto desde a década de 80, e já ocupou o cargo de vice-presidente de telecomunicações por duas vezes (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 09h29.

São Paulo - Sigla para Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, o IEEE terá pela primeira vez em sua presidência um brasileiro. O engenheiro carioca José Roberto Boisson de Marca ocupará o cargo máximo da organização mundial a partir de 1º de janeiro – e ainda será o primeiro de fora da América do Norte a fazê-lo.

A eleição surpreende quem vê por fora porque a participação brasileira no Instituto é relativamente pequena. Segundo de Marca, proporcionalmente falando, o Brasil tem menos associados que o México, por exemplo – menos de 4.000, número considerado ideal pelo tamanho do país. “Espero que [minha eleição] motive maior participação, mais associados e eventos que beneficiem a engenharia nacional”, afirma de Marca, em entrevista a INFO.

Mas não dá para dizer que a eleição é inesperada, ao menos pelos membros do IEEE. De Marca faz parte do Instituto desde a década de 80, e já ocupou o cargo de vice-presidente de telecomunicações por duas vezes, além de ter sido presidente-fundador da Sociedade Brasileira de Telecomunicações – isso para ficar apenas em um pedaço de sua experiência. Fora isso, havia concorrido outras duas vezes ao cargo, e a vitória veio neste ano por uma margem de pouco mais de 1.000 votos.

As ações para ampliar a participação do grupo no Brasil, aliás, já estão em andamento. “Fazemos visitas de grupos de diretores a cidades brasileiras e a agências do governo”, diz de Marca. A ideia, então, não é só tornar o IEEE mais influente com cursos e reuniões, mas também “fazer parcerias com instituições nacionais”.


Quanto a realização de convenções maiores por aqui – como os simpósios que acontecem em todo o mundo –, o presidente diz ainda ser cedo demais. Segundo ele, são precisos ao menos dois anos para organizar um evento de maior porte, de forma que, se um for planejado, dificilmente será feito durante seu mandato.

O IEEE

Fundado em 1963, o Instituto é bastante influente no mundo e fruto da fusão dos antigos American Institute of Electrical Engineers (AIEE) e Institute of Radio Engineers (IRE). Mais influente deles, o AIEE teve como fundadores nomes como Thomas Edison, Nikola Tesla e Alexander Graham Bell – sendo esse último também presidente. Já o IRE teve em seu cargo máximo, entre outros, William Hewlett, um dos fundadores da HP.

O atual IEEE tem entre suas principais realizações o estabelecimento de diversos padrões. Desenvolvidos junto a empresas de grande porte, o mais conhecido deles talvez seja o IEEE 802.11, que definiu as redes wireless (WLAN). Hoje com 425 mil membros associados, de 160 países, o órgão ainda é responsável pela realização de uma série de convenções ao redor do mundo, que reúnem engenheiros e estudantes da área.

O mandato de José Roberto Boisson de Marca vai até 2015. Depois disso, o brasileiro se tornará um "past president" ("presidente passado"), e afirma que não pretende tentar a reeleição – muito porque, na história do IEEE, nenhum presidente já foi reeleito.

Veja também

São Paulo - Sigla para Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, o IEEE terá pela primeira vez em sua presidência um brasileiro. O engenheiro carioca José Roberto Boisson de Marca ocupará o cargo máximo da organização mundial a partir de 1º de janeiro – e ainda será o primeiro de fora da América do Norte a fazê-lo.

A eleição surpreende quem vê por fora porque a participação brasileira no Instituto é relativamente pequena. Segundo de Marca, proporcionalmente falando, o Brasil tem menos associados que o México, por exemplo – menos de 4.000, número considerado ideal pelo tamanho do país. “Espero que [minha eleição] motive maior participação, mais associados e eventos que beneficiem a engenharia nacional”, afirma de Marca, em entrevista a INFO.

Mas não dá para dizer que a eleição é inesperada, ao menos pelos membros do IEEE. De Marca faz parte do Instituto desde a década de 80, e já ocupou o cargo de vice-presidente de telecomunicações por duas vezes, além de ter sido presidente-fundador da Sociedade Brasileira de Telecomunicações – isso para ficar apenas em um pedaço de sua experiência. Fora isso, havia concorrido outras duas vezes ao cargo, e a vitória veio neste ano por uma margem de pouco mais de 1.000 votos.

As ações para ampliar a participação do grupo no Brasil, aliás, já estão em andamento. “Fazemos visitas de grupos de diretores a cidades brasileiras e a agências do governo”, diz de Marca. A ideia, então, não é só tornar o IEEE mais influente com cursos e reuniões, mas também “fazer parcerias com instituições nacionais”.


Quanto a realização de convenções maiores por aqui – como os simpósios que acontecem em todo o mundo –, o presidente diz ainda ser cedo demais. Segundo ele, são precisos ao menos dois anos para organizar um evento de maior porte, de forma que, se um for planejado, dificilmente será feito durante seu mandato.

O IEEE

Fundado em 1963, o Instituto é bastante influente no mundo e fruto da fusão dos antigos American Institute of Electrical Engineers (AIEE) e Institute of Radio Engineers (IRE). Mais influente deles, o AIEE teve como fundadores nomes como Thomas Edison, Nikola Tesla e Alexander Graham Bell – sendo esse último também presidente. Já o IRE teve em seu cargo máximo, entre outros, William Hewlett, um dos fundadores da HP.

O atual IEEE tem entre suas principais realizações o estabelecimento de diversos padrões. Desenvolvidos junto a empresas de grande porte, o mais conhecido deles talvez seja o IEEE 802.11, que definiu as redes wireless (WLAN). Hoje com 425 mil membros associados, de 160 países, o órgão ainda é responsável pela realização de uma série de convenções ao redor do mundo, que reúnem engenheiros e estudantes da área.

O mandato de José Roberto Boisson de Marca vai até 2015. Depois disso, o brasileiro se tornará um "past president" ("presidente passado"), e afirma que não pretende tentar a reeleição – muito porque, na história do IEEE, nenhum presidente já foi reeleito.

Acompanhe tudo sobre:EngenhariaEngenheirosTelecomunicações

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Tecnologia

Mais na Exame