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Brasil é pioneiro no uso de nova tecnologia

Dispositivo desenvolvido no Japão permite leitura das veias da palma da mão para identificar usuários de caixas eletrônicos

Sistema tem vantagem de não exigir contato físico entre o usuário e a máquina (--- [])
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h32.

Quando os primeiros clientes do Bradesco começaram a operar as novas máquinas de auto-atendimento do banco, na semana passada, estavam sem saber inaugurando no Brasil o uso de uma tecnologia inédita na área de segurança. Desde o último dia 12, os usuários da Agência Matriz, na Cidade de Deus (sede da instituição), trocaram aquelas três letrinhas adicionais digitadas após a senha por um gesto bem mais simples: estender a palma da mão. Está em teste na agência um dispositivo de autenticação biométrica que faz uma leitura das veias da palma da mão, garantindo que esse padrão seja o mesmo do dono da conta acessada.

Batizado de PalmSecure, o sistema desenvolvido pela empresa Fujitsu já é sucesso no Japão, onde é usado desde 2004 por diversas instituições financeiras. Agora, o Brasil passa a ser o primeiro país a adotar a tecnologia depois que esta foi internacionalizada, no ano passado. "Outras empresas já estão avaliando a possibilidade de adotar o PalmSecure. Nosso foco principal é nos bancos", afirma o diretor de vendas da Fujitsu do Brasil, Edson Siqueira.

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Por enquanto, o Bradesco é a única no país a colocar em prática esse tipo de identificação biométrica. Depois de um período de 30 a 60 dias de testes na matriz (utilizada por funcionários do banco), o próximo passo será a instalação de 50 máquinas em diferentes agências, conforme o vice-presidente executivo do Bradesco, Laércio Albino Cezar. "Fremos então uma avaliação de custo-benefício. Daí poderá nascer um planejamento para aumentar o número de máquinas com o dispositivo", diz Cezar. O executivo esclarece, no entanto, que a adoção do sistema seria gradativa, e poderia levar em torno de cinco anos. O Bradesco tem 23.500 equipamentos de auto-atendimento em todo o Brasil.

Quem quiser conhecer o sistema pode conferir seu uso em três terminais de auto-atendimento do Bradesco instalados no Congresso e Exposição de Tecnologia de Informação das Instituições Financeiras (Ciab Febraban 2006), que foi aberto nesta quarta-feira e se estende até sexta-feira no Hotel Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Com dimensões de 3cm X 3cm (em 2004, os primeiros dispositivos lançados no Japão tinham 7cm X 7cm), o PalmSecure traz a vantagem de não exigir contato com o usuário. A palma da mão é posicionada sobre o aparelho, sem tocá-lo. Como a tecnologia identifica uma característica interna do corpo humano, não há risco de falsificação, elevando o nível de segurança, segundo Siqueira. O fato de não ser um procedimento invasivo e ser higiênico facilita a aceitação por parte dos usuários.

No Japão, de acordo com a Fujitsu, mais de 10 mil unidades do PalmSecure já foram implantadas. As aplicações variam de instituições financeiras a universidades, bibliotecas, organizações públicas e outros clientes interessados em soluções de controle de acesso. No Brasil, onde a tecnologia começa a ser vendida neste mês, um fator limitante ainda é o preço. "Cada unidade custa 900 dólares", diz Siqueira. "Mas, dependendo do objetivo da empresa, do que ela quer guardar, pode-se dizer que sai barato."

Siqueira afirma que os produtos são personalizados, de acordo com a necessidade do cliente. O diretor diz ainda que a proposta não é substituir outras tecnologias, como o fingerprint (que tem custo menor, entre 100 e 200 dólares por unidade). "O objetivo é complementar", afirma, observando que, enquanto o fingerprint se adapta melhor ao uso pessoal, o PalmSecure é mais indicado para equipamentos coletivos, utilizados por várias pessoas.

Conforme Siqueira, já estão em estudo no Japão novos usos para a tecnologia, como em automóveis (substituindo as chaves) ou na rede hoteleira.

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