Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Bot no Facebook Messenger escraviza PCs e minera irmã do bitcoin

O bot Digmine invade o computador e passa a empregá-lo para minerar monero, a criptomoeda preferida pelos criminosos

Modo escuro

PC infectado: o Digmine instala diversos programas nocivos no computador (hemul75/Thinkstock)

PC infectado: o Digmine instala diversos programas nocivos no computador (hemul75/Thinkstock)

M
Maurício Grego

Publicado em 26 de dezembro de 2017 às, 16h55.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2018 às, 18h10.

São Paulo — Um bot que invade PCs e os usa para minerar criptomoedas tem se propagado por meio do Facebook Messenger. Chamado pelos especialistas de Digmine, ele também sequestra a conta do usuário no Facebook Messenger e passa a empregá-la para se alastrar.

O bot foi descoberto no início de dezembro na Coreia do Sul. Ganhou o nome Digmine ao ser listado num relatório de incidentes de segurança no dia 17. Na semana passada, os especialistas Lenart Bermejo e Hsiao-Yu Shih, da empresa de segurança digital Trend Micro, confirmaram que esse malware já havia se espalhado por pelo menos mais sete países — Vietnã, Azerbaijão, Ucrânia, Vietnã, Filipinas, Tailândia e Venezuela. “Considerando-se a maneira como o Digmine se propaga, ele não vai demorar para atingir outros países”, diz um artigo assinado por eles.

O bot é enviado aos usuários disfarçado de arquivo de vídeo. Quando a vítima tenta abrir o suposto vídeo num PC, ele instala diversos programas nocivos no computador. Se a pessoa estiver conectada à sua conta no Facebook, o malware passa a controlar também o Messenger. Já quando se tenta abrir o arquivo num smartphone ou tablet, nada acontece, já que o Digmine não infecta essas plataformas.

Uma vez instalado, o bot passa a usar o computador da vítima para minerar a criptomoeda monero. Criminosos preferem usar monero  – em vez de bitcoin, por exemplo – porque essa é uma das criptomoedas mais difíceis de rastrear. Os algoritmos usados nas transações com monero mantêm ocultas as identidades das pessoas que pagam e recebem o dinheiro; e também o valor da operação.

Além disso, o monero pode ser minerado de forma eficaz em computadores pessoais comuns. Já o bitcoin, por exigir um volume muito grande de processamento, é normalmente minerado em máquinas especialmente construídas ou modificadas para isso.

O Digmine usa o Facebook Messenger para se propagar, mas não tem causado nenhum efeito na linha do tempo do usuário ou em seu perfil na rede social. Isso faz sentido, já que, para os hackers, é melhor evitar ações que denunciem a presença do bot no PC. Trabalhando discretamente, o malware passa despercebido para a vítima enquanto segue minerando monero e disseminando-se para outras máquinas.

Mas não seria impossível, para os responsáveis pelo ataque, sequestrar a própria página do usuário no Facebook. Bermejo e Shih observam que o código do bot pode ser atualizado via servidor remoto. Assim, ele pode ganhar novas funções com o tempo sem que a vítima perceba.

A defesa contra o Digmine e outros programas nocivos que usam redes sociais para se propagar é seguir as boas práticas de segurança online: pensar antes de compartilhar um link; desconfiar de mensagens suspeitas ou inesperadas; e manter as configurações de privacidade da rede social em ordem. Ter um bom antivírus no computador também é importante. E há uma extensão para o browser Chrome que pode ajudar na defesa.

Bermejo e Shih avisaram ao Facebook sobre o Digmine. Em resposta, o Facebook fez uma varredura na rede social e removeu os links relacionados com o bot.

“Temos diversos sistemas automáticos para ajudar a impedir links e arquivos nocivos de ser exibidos no Facebook e no Messenger. Se nós suspeitarmos que seu computador foi infectado por malware, vamos oferecer a você uma varredura antivírus grátis por meio de um dos nossos parceiros. Compartilhamos dicas de como manter a segurança e links para a varredura no endereço facebook.com/help”, diz um comunicado enviado pela empresa aos dois especialistas.

Últimas Notícias

ver mais
Fundador da Huawei preconiza nova revolução industrial com Big Data e jovens talentos
Tecnologia

Fundador da Huawei preconiza nova revolução industrial com Big Data e jovens talentos

Há 6 horas
Empresa chinesa inicia produção de drones; capacidade anual chega a 10 mil unidades
Tecnologia

Empresa chinesa inicia produção de drones; capacidade anual chega a 10 mil unidades

Há 23 horas
Marcas chinesas de smartphones perdem força no mercado indiano
Tecnologia

Marcas chinesas de smartphones perdem força no mercado indiano

Há 23 horas
O custo da biometria facial: sem a tecnologia, Brasil perderia R$ 1,6 bilhão no PIB
Tecnologia

O custo da biometria facial: sem a tecnologia, Brasil perderia R$ 1,6 bilhão no PIB

Há um dia
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais