A morte de Mark Duggan pela polícia serviu de estopim para os saques e quebra-quebras em Londres (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Maurício Grego
Publicado em 11 de agosto de 2011 às 19h11.
São Paulo — A morte de Mark Duggan, uma semana atrás, pela polícia londrina serviu de estopim para os saques e quebra-quebras que se seguiram em várias cidades britânicas. Agora, graças às mensagens enviadas por Duggan antes de morrer, via BlackBerry Messenger, sabe-se que a polícia estava atrás dele, e ele sabia disso.
Segundo o noticiário inglês Daily Record, numa primeira mensagem, dirigida a alguns amigos, Duggan teclou: "Preste atenção numa van VW verde. É da Trident. Estão atrás de mim”. A Operação Trident é um grupo da polícia metropolitana de Londres que investiga crimes na comunidade negra local. Minutos depois, outra mensagem partiu do BlackBerry de Duggan, esta para a namorada Semone Wilson: “Os feds estão me seguindo”, novamente referindo-se aos policiais.
Duggan, de 29 anos, estava em um táxi quando foi morto com dois tiros. A polícia divulgou que ele havia atirado num policial. O agente teria escapado porque a bala atingiu seu rádio. Mas exames posteriores mostraram que a bala que ficou incrustada no rádio era da própria polícia. A investigação também apontou que a arma que, supostamente, pertencia a Duggan não havia sido disparada.
Em março, um primo de Duggan foi esfaqueado num clube noturno de Londres. Duggan, segundo a polícia, fez parte de uma gangue responsável por vários assassinatos. Havia o temor de que ele quisesse vingar a morte do primo. Por isso os agentes o seguiam. Oficialmente, a polícia diz que está investigando o caso. Na Inglaterra, isso significa que as conclusões devem demorar de quatro a seis meses para ser divulgadas.