MASAYOSHI SON: para quem mira o longo prazo, o empresário tem desafios em série no presente | Tomohiro Ohsumi/Getty Images / (Tomohiro Ohsumi/Getty Images/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 8 de fevereiro de 2022 às 06h30.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2022 às 07h41.
O Softbank, conglomerado japonês entre os maiores investidores do planeta, volta às manchetes nesta terça-feira, e mais uma vez cercado de muitos bilhões. O Softbank está abandonando a venda da fabricante de chips Arm para a Nvidia, um negócio de 80 bilhões de dólares, alegante problemas regulatórios, e vai partir para uma abertura de capital.
É mais um negócio que mostra um gigante em momentos distintos em diferentes geografias. Desde que começou a investir na América Sul em 2019, o Softbank já despejou em empresas da região cerca de 3,5 bilhões de dólares. Alguns desses investimentos já deram frutos, como a Quinto Andar e VTEX, que quadruplicaram de valor, outros estão próximos disso, como a Unico e Omie, que se tornaram há pouco unicórnios.
Logo, para a gestora que divulga os dados do seu terceiro trimestre financeiro nesta terça-feira, 8, trata-se de um ótimo momento na América Latina, com negócios avaliados em quase 7 bilhões de dólares.
Longe do Atlântico, no entanto, as coisas não vão tão bem. No último balanço, a SoftBank relatou um lucro líquido de ¥ 761,5 bilhões (US $ 6,9 bilhões), uma queda de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda segue um lucro de quase 5 trilhões de ienes no ano financeiro passado - o maior da história para qualquer empresa japonesa.
Há 6 meses, sobravam razões para comemorar no conglomerado japonês. O grupo apresentava os resultados trimestrais do primeiro período do ano e havia registrado o maior lucro de uma empresa japonesa até então: foram 46 bilhões de dólares em um ano, surfando a onda das startups que foram a público e abriram capital no período.
As preocupações que seguem a empresa nos resultados de hoje vem da China. Em agosto, o SoftBank Group decidiu suspender seus investimentos no gigante asiático enquanto espera ação regulatória contra as empresas de tecnologia do país, disse o presidente-executivo do grupo, Masayoshi Son.
Quando o conglomerado japonês registrou lucro anual recorde em maio, os executivos apontaram para mais vantagens nos investimentos do Vision Fund, como a empresa chinesa de transporte por aplicativo Didi Global e a startup "Uber para caminhões" Full Truck Alliance.
Essas empresas são listadas em Nova York, mas a ação regulatória chinesa derrubou seus valores de mercado, ressaltando o risco do SoftBank na China, mesmo enquanto o grupo busca reduzir a dependência de seu maior ativo, uma participação na gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba Group Holding.