Tecnologia

Baidu, o Google chinês, faz a festa da inteligência artificial

Nesta quarta-feira começa a Baidu Create 2018, 2ª edição de uma conferência anual para desenvolvedores de IA, realizada em Pequim

Baidu Create 2018: ideia é reunir parceiros para discutir o que há de mais avançado no ramo e acompanhar os desenvolvimentos de IA da Baidu no último ano (Brent Lewin/Bloomberg)

Baidu Create 2018: ideia é reunir parceiros para discutir o que há de mais avançado no ramo e acompanhar os desenvolvimentos de IA da Baidu no último ano (Brent Lewin/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2018 às 06h09.

Última atualização em 4 de julho de 2018 às 07h20.

A empresa de tecnologia Baidu, espécie de Google da China, tem grandes planos para sua divisão de inteligência artificial (IA). Algo que deve ficar bem claro nesta quarta-feira quando começa a Baidu Create 2018, segunda edição de uma conferência anual para desenvolvedores de IA, realizada em Pequim. A ideia é reunir parceiros para discutir o que há de mais avançado nesse ramo e acompanhar os desenvolvimentos de IA da Baidu no último ano.

A empresa prometeu apresentações do presidente e cofundador Robin Li, além do vice-presidente do grupo de IA Haifeng Wang e outros executivos. É esperado que sejam apresentados evolução de tecnologias como o Apollo, uma plataforma aberta de direção autônoma, e o DuerOS, sistema inteligente de conversação da Baidu. Entre as companhias parceiras que adotam esse tipo de solução está a montadora americana Ford, que planeja utilizar os sistemas de carro autônomo e comando de voz em seus próprios veículos.

Mas nem tudo são alegrias no congresso. Os programas de inteligência da Baidu eram liderados pelo antigo executivo da empresa de tecnologia Microsoft, Lu Qi, contratado no início do ano passado para ser a estrela desse segmento na empresa chinesa — até ele deixar o trabalho em maio. Outras saídas também surtiram impacto, como Andrew Ng, então cientista chefe, e Wang Jing, o diretor da unidade de carros autônomos.

As saídas cobraram seu preço: as ações da companhia caíram 9,5%, a maior queda em três anos, e o Credit Suisse rebaixou a classificação dos papéis. Ainda assim, a empresa faturou 13 bilhões de dólares no ano passado e deve tentar conquistar a confiança de investidores e do mercado com a conferência dos próximos dois dias.

O desafio da Baidu é o desafio dos gigantes chineses da internet, como Alibaba, focada em ecommerce, e Tencent, dona do WeChat, o WhatsApp chinês. As companhias conseguiram fazer da China líder mundial em uso de plataformas móveis de pagamento e de uso de serviços online para pedir comida, agendar um carro, comprar uma passagem. Agora, as empresas investem para liderar a corrida da Inteligência Artificial, em competição direta com o Vale do Silício. As conquistas, e os problemas, da Baidu mostram que o caminho é longo, e cheio de incertezas.

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