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Apple pretende combinar apps de iPhone, iPad, Mac

Desenvolvedores de software poderão criar um único aplicativo que funciona com uma tela sensível ao toque ou com mouse e trackpad

iPhone X (Victor Caputo/Site Exame)

iPhone X (Victor Caputo/Site Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 15h43.

Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 17h42.

(Bloomberg) --O iPhone e o iPad da Apple introduziram uma nova maneira de interagir com os computadores: através de aplicativos fáceis de usar, acessíveis na seletiva App Store.

Essa mesma abordagem não funcionou tão bem nos computadores de escritório e laptops da Apple. A Mac App Store é uma cidade-fantasma, com uma oferta limitada e programas raramente atualizados. Agora, a Apple pretende mudar isso, dando às pessoas uma maneira de usar um único conjunto de aplicativos que funcionam igualmente bem em todos os seus dispositivos: iPhone, iPad e Mac.

A partir do próximo ano, os desenvolvedores de software poderão criar um único aplicativo que funciona com uma tela sensível ao toque ou com mouse e trackpad, dependendo de se ele estiver sendo executado no sistema operacional do iPhone e do iPad ou no hardware do Mac, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Os desenvolvedores atualmente precisam projetar dois aplicativos diferentes — um para o iOS, o sistema operacional dos aparelhos móveis da Apple, e outro para o macOS, o sistema executado pelo Mac. Dá muito mais trabalho. Além disso, os clientes da Apple há muito reclamam que alguns aplicativos do Mac são negligenciados. Por exemplo, enquanto o aplicativo Twitter do iPhone e do iPad é atualizado regularmente com os recursos mais recentes da rede social, a versão do Mac não foi atualizada nos últimos tempos e sua qualidade é considerada inferior. Com um único aplicativo para todos os aparelhos, os usuários de Mac, iPad e iPhone receberão novos recursos e atualizações ao mesmo tempo.

Unificar os aplicativos pode ajudar as plataformas iOS e macOS a “evoluir e crescer juntas, não uma às custas da outra”, disse Steven Troughton-Smith, desenvolvedor de aplicativos e uma voz de longa data na comunidade da Apple. “Esta seria a maior mudança na plataforma de software da Apple depois do lançamento do iOS.”

A Apple está desenvolvendo a estratégia como parte das próximas grandes atualizações do iOS e do macOS, disseram as pessoas, que pediram anonimato ao comentar um assunto interno. Com o codinome “Marzipan”, o projeto secreto é planejado como um esforço de vários anos que começará a ser implementado já no próximo ano e poderia ser anunciado na conferência anual de desenvolvedores da empresa, realizada no verão boreal. Os planos ainda não foram definidos, disseram as pessoas, por isso a implementação poderia mudar ou o projeto poderia ser cancelado.

Uma porta-voz da Apple preferiu não comentar.

A iniciativa da Apple com os aplicativos é parte de um impulso maior e de longo prazo para tornar os fundamentos de seu hardware e software mais parecidos. Há vários anos, a empresa passou a projetar seus próprios processadores para dispositivos iOS. Ela começou a fazer o mesmo para o Mac e lançou recentemente um chip T2 no iMac Pro que descarrega recursos como gerenciamento de segurança e de energia do processador principal Intel para o processador projetado pela Apple. Assim como planeja unificar aplicativos, talvez algum dia a Apple queira usar um mesmo processador principal em dispositivos Mac e iOS.

Isso facilitaria a criação de um único sistema operacional para todos os aparelhos da Apple. Será que a Apple fará isso? O CEO Tim Cook se resiste, argumentando que a fusão do iOS e do macOS degradaria a experiência. “Você pode unir uma torradeira e uma geladeira, mas provavelmente isso não será agradável para o usuário”, disse Cook em 2012. O chefe de software da Apple, Craig Federighi, disse que combinar o iOS e o macOS seria “comprometê-los”.

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