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Apple é processada por suposta negligência com conteúdo de abuso infantil no iCloud

Ação argumenta que empresa abandonou desenvolvimento de ferramenta que poderia identificar esse tipo material

Logo da Apple: vítima alega falhas no combate ao material ilícito (Getty/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 11h41.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 13h31.

A Apple está sendo processada por uma mulher de 27 anos, que alega que a empresa falhou em proteger vítimas de abuso infantil ao permitir a disseminação de imagens de sua infância no iCloud, mesmo após anunciar uma ferramenta que detectaria esses conteúdos.A ação pode reunir até 2.680 vítimas e gerar indenizações superiores a US$ 1,2 bilhão.

A autora, identificada por pseudônimo, afirma que as imagens do abuso que sofreu foram armazenadas no iCloud e compartilhadas globalmente.

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Segundo o NY Times, em 2021, ela recebeu uma notificação informando que as imagens haviam sido encontradas no computador de um homem em Vermont. Essa constatação ocorreu meses após a Apple desistir de implementar a NeuralHash, ferramenta para identificar materiais de abuso infantil, devido a críticas de especialistas em segurança digital.

O processo, aberto na Corte Distrital do Norte da Califórnia, acusa a empresa de negligência ao não implementar soluções tecnológicas para limitar a proliferação de imagens ilegais.

Pela legislação americana,cada vítima tem direito a um mínimo de US$ 150 mil em indenizações. Caso o júri declare a empresa responsável e aceite a multiplicação dos danos, o montante total pode ultrapassarUS$ 1,2 bilhão.

O caso também expõe críticas sobre o papel da privacidade no iCloud, serviço de armazenamento da Apple, que dificultaria a identificação de material ilegal. Enquanto Google e Facebook reportaram mais de um milhão de casos ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) em 2020, a Apple enviou apenas 267 relatórios no mesmo período.

Um novo cenário judicial para empresas de tecnologia

O processo surge em um momento de maior escrutínio sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia, com decisões recentes da Justiça dos EUA que limitam a proteção oferecida pela Seção 230 do Communications Decency Act.

Essa lei, frequentemente usada como escudo pelas empresas, começa a perder força frente a casos que envolvem danos às vítimas.

Esse é o segundo processo do tipo enfrentado pela Apple, mas sua magnitude pode levar a um litígio prolongado, com impacto significativo na reputação e nas finanças da companhia.

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