Pesquisas por hashtags agora mostram apenas o número de postagens relacionadas no TikTok, sem o número total de visualizações (Dan Kitwood/Getty Images)
Redatora
Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 06h09.
O TikTok não exibe mais quantas vezes vídeos com uma hashtag específica foram visualizados. A mudança veio depois de pesquisadores destacarem a grande diferença de visualizações entre vídeos com hashtags para conteúdo pró-Israel e pró-palestino após o início da guerra entre Israel e Gaza.
Os dados de visualização haviam sido usados por críticos para argumentar que o TikTok havia escolhido oferecer uma visão tendenciosa do conflito para promover os objetivos políticos chineses, o que a empresa nega.
A empresa alterou o recurso sem um anúncio oficial. As pesquisas por hashtags agora mostram apenas o número de postagens relacionadas no TikTok, sem o número total de visualizações.
Na quarta-feira, o Center for Countering Digital Hate, um grupo de advocacy, chamou a alteração de "retrocesso para a transparência". O grupo usava o recurso para estudar a disseminação de vídeos que promovem o antissemitismo, transtornos alimentares e outros conteúdos prejudiciais. Em um relatório do ano passado, o grupo afirmou que vídeos do TikTok promovendo esteroides e drogas semelhantes haviam sido vistos mais de 589 milhões de vezes.
O porta-voz do TikTok, Alex Haurek, disse que a mudança foi feita no mês passado, pois a empresa está "continuamente evoluindo a plataforma, e exibir métricas de hashtag por número de postagens nos coloca em linha com os padrões da indústria". Ele afirma que os pesquisadores acadêmicos têm outras maneiras de estudar o conteúdo do TikTok.
Os dados de hashtag do TikTok são uma medida imperfeita para avaliar o comportamento do usuário: muitos vídeos não recebem uma hashtag. O número total de visualizações para uma hashtag, a informação que o TikTok agora esconde, é igualmente impreciso, pois não oferece indicação se um vídeo foi amplamente promovido pelo algoritmo do TikTok ou se é popular por outros motivos.
Mas esses pontos de dados ofereciam algumas das únicas pistas que os pesquisadores de mídia social podem usar para avaliar o algoritmo do TikTok, que promove conteúdo de forma opaca. Pesquisadores têm pressionado a rede social e outras plataformas há anos para compartilhar mais dados sobre que tipo de conteúdo é promovido ou suprimido.
O TikTok trabalhou para resolver essas preocupações abrindo um "centro de transparência" em Los Angeles, onde jornalistas e formuladores de políticas fizeram visitas para ver como a plataforma funciona. Outro centro está programado para abrir em breve em Washington.
Em uma audiência do Comitê Judiciário do Senado na semana passada, o executivo-chefe do TikTok, Shou Zi Chew, foi questionado sobre se sua propriedade pelo gigante chinês de tecnologia ByteDance afeta o conteúdo compartilhado com o público global. Chew afirmou repetidamente que a empresa não é influenciada pelo governo chinês.