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App PicPay, da J&F, vira local de golpes financeiros

Usuários prometem multiplicar dinheiro e se passam por marcas famosas

PicPay: app permite troca de dinheiro sem taxas (PicPay/Divulgação)

Lucas Agrela

Publicado em 28 de junho de 2017 às 15h13.

Última atualização em 28 de junho de 2017 às 16h11.

São Paulo -- Um aplicativo do grupo J&F virou palco de golpes financeiros na última semana.

Tudo começou com uma promoção para se cadastrar no app de pagamentos PicPay. Novos usuários que usarem o código de algum amigo ganham crédito de 10 reais. Esse valor só pode ser usado para fazer pagamentos em estabelecimentos comerciais. Sacá-lo não é possível.

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Todas as transações são exibidas para os seus seguidores no PicPay--sem os valores--e é possível escrever mensagens tanto em cada transferência quando nos comentários.

Com isso, vários usuários começaram a aplicar golpes dizendo que pagariam o dobro do valor depositado em suas contas no PicPay. Alguns até recebem mesmo o valor, mas a maioria só tem seu crédito promocional perdido por doá-lo com o risco de nunca recebê-lo de volta.

-(EXAME.com/Reprodução)

-(EXAME.com/Reprodução)

Muitos perfis falsos de marcas, bancos e lojas também apareceram no aplicativo com ofertas semelhantes para multiplicar o dinheiro dos usuários.

-(EXAME.com/Reprodução)

Houve também um rumor enganoso que se espalhou pela internet dizendo que era preciso pagar os 10 reais para quem lhe havia indicado o aplicativo. A empresa até tentou desmentir isso em seu perfil no Facebook.

O PicPay passou a ser parte da J&F, responsável também pelo Banco Original e pela JBS, em 2015, após receber um aporte de valor não informado. Antes disso, o app, fundado em 2012, recebeu aportes de investidores anjo que somaram 1,5 milhão de reais.

Como funciona o PicPay

A proposta do PicPay é ser um aplicativo de pagamentos, uma espécie de carteira virtual. O app não cobra transferências financeiras entre amigos nem entre pessoas e estabelecimentos. A transferência para contas bancárias também é grátis. A monetização do app acontece em dois cenários: no parcelamento de dívidas e em taxas cobradas de empresas que usam o aplicativo para receber dinheiro.

O outro lado

EXAME.com contatou a PicPay para comentar o caso. Veja o que a empresa disse em comunicado a seguir:

"O PicPay trabalha constantemente para manter a comunidade PicPay sadia, segura e livre de pessoas ou negócios mal intencionados. Qualquer atividade que seja ilícita ou que, de alguma forma, prejudique a experiência dos usuários, são rapidamente identificadas e bloqueadas. A empresa possui um sistema ativo de verificação de perfis e está trabalhando incessantemente para resolver qualquer indício de fraude com o contínuo aperfeiçoamento dos sistemas de proteção ao usuário e de denúncia de perfis e transações, que permitem que um perfil falso ou de um usuário que esteja agindo de maneira suspeita sejam detectados e instantaneamente bloqueados do PicPay.

O PicPay reforça que o seu negócio respeita os seus usuários e continuará investindo em melhorias para garantir uma experiência para os seus usuários cada vez melhor".

 

 

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