Tecnologia

'Anonymous' promete escalada na guerra em prol do Wikileaks

Grupo responsável por ciberataques anuncia que está em guerra e que trabalha para "manter a internet aberta e livre para todo mundo"

Manifestação de apoio ao WikiLeaks em Brisbane, na Austrália (Marc Grimwade/Getty Images)

Manifestação de apoio ao WikiLeaks em Brisbane, na Austrália (Marc Grimwade/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 16h23.

Londres - Os "hacktivistas" do grupo "Anonymous" prometeram nesta quinta-feira, falando a uma rádio britânica, uma escalada da guerra informática contra as companhias que cortaram os meios de financiamento do site WikiLeaks depois da divulgação de mensagens diplomáticas americanas.

"Anonymous", um grupo que se organizou através de um fórum na internet, reivindicou os ciberataques de quarta-feira contra as companhias americanas de cartão de crédito MasterCard e Visa, e de outros grupos que bloquearam as contas do WikiLeaks ou de seu fundador, o australiano Julian Assange.

"A campanha não terminou. Vai bem e cada vez mais pessoas estão se unindo para ajudar. Cada vez mais pessoas estão baixando a ferramenta 'botnet' que permite ordenar os ataques DDoS", declarou à rádio BBC um porta-voz do grupo, que se apresentou como "Coldblood" (Sangue Frio).

Os "botnet" permitem realizar os chamados ataques de Negação de Serviço Distribuídos (DDOS) simultâneos a partir de um grande número de equipamentos para bloquear ou pelo menos sobrecarregar um portal na internet.

"É uma guerra informática. Estamos tentando manter a internet aberto e livre para todo mundo, como sempre foi a internet", acrescentou "Coldblood".

Quanto à estrutura do grupo, o porta-voz disse que o "Anonymous não segue nenhum meio convencional, é apenas um grupo de pessoas que, quando acha que uma ideia que circula é suficientemente boa, então entra em ação".

Além do Visa, MasterCard e do site da filial bancária do serviço de correios suíços, o Postfinance, que na segunda-feira anunciou o fechamento da conta de Assange, os hackers também atacaram outros sites da Suécia, país que busca a extradição de Assange para interrogá-lo por um suposto caso de delito sexual.

Segundo o jornal sueco Aftonbladet, os hackers forçaram o fechamento, durante várias horas do site do governo sueca na madrugada desta quinta-feira.

Nos últimos dias, também foram atacadas o site da promotoria sueca e a dos advogados das duas mulheres que acusam Assange de "estupro e agressão sexual".

Além disso, também foram atacadas as páginas do senador americano conservador Joe Liebenrman.

Na véspera, num chat com a AFP, os organizadores do "Anonymous" prometeram estender sua campanha a qualquer um que tenha "uma agenda anti-WikiLeaks" e descreveram Assange como um "mártir da liberdade de expressão".

"Começamos como uns poucos usuários (menos de 50)", disseram. "Agora somos cerca de 4.000".

Os hackers do "Anonymous" fizeram seu primeiro ataque DDoS no sábado, derrubando o blog do serviço de pagamentos on-line PayPal por pelo menos oito horas.

Apesar de anunciar suas ações no Twitter (@Anon_Operation) ou através de seu site, Anonops.net, que, por sua vez, foi alvo de ciberataques, os organizadores do "Anonymous" não quiseram identificar futuros objetivos, mas garantiram que continuarão com a campanha contra as tentativas de silenciar Julian Assange e seu portal.

O australiano, de 39 anos, se encontra detido na prisão londrina de Wandsworth, após o juiz responsável pelo processo de extradição solicitada pelas autoridades da Suécia negar na terça-feira sua liberdade sob fiança.

O site criado por Assange divulga há vários dias, por meio de grandes jornais de todo o mundo, milhares de telegramas diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasInternetSitesWikiLeaks

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA