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América Móvil vai manter separadas marcas Claro, Embratel e Net

O executivo confirmou ainda que o grupo mexicano está apenas estudando a possibilidade de adquirir a Cemig Telecom

Claro: a marca deve manter identidade própria no Brasil (Mariana Bazo/Reuters)

Claro: a marca deve manter identidade própria no Brasil (Mariana Bazo/Reuters)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 18 de julho de 2018 às 17h05.

Última atualização em 19 de julho de 2018 às 11h54.

A América Móvil demonstra algum interesse em um eventual processo de consolidação no mercado brasileiro, mas diz estar bem com os ativos que atualmente possui – a Claro, Embratel e a Net. "Como a AMX no Brasil, não estamos pensando na consolidação, temos tudo, temos companhia de [serviço] fixo, com banda larga, serviço móvel e TV paga", declarou durante teleconferência de resultados nesta quarta, 18, o CEO da empresa, Daniel Hajj. "Temos DTH também, e banda larga wireless, estamos realmente com uma rede muito boa móvel e estamos indo nessa direção", completou.

Hajj comentou também a possível alteração na regulação da Anatel para permitir o aumento do limite de espectro para cada empresa no Brasil. "Todo mundo sabe que o aumento do cap seria para [permitir] a venda da Nextel", disse. No entendimento do executivo, o espectro da operadora é seu ativo mais valioso – a tele conta com a faixa de 1,8 GHz usada para LTE no Rio de Janeiro e São Paulo, além das frequências em 1,9 GHz e 2,1 GHz atualmente em uso para 3G, e de 800 MHz com a tecnologia de rádio iDEN. "Não sei em que estágio isso está no governo, mas acho que se a Nextel quiser ser consolidada, ou se o governo também quiser isso, acho que eles vão mexer no cap", avaliou.

O executivo confirmou ainda que o grupo mexicano está apenas estudando a possibilidade de adquirir a Cemig Telecom, mas foi vago ao responder se há planos concretos. "Estamos revisando os dados, estamos nesse processo hoje, não sei dizer se há interesse ou não", declarou. "Se fizer sentido para nós e o preço for bom, acho que faremos. Se não, vamos sair."  A TIM já havia demonstrado interesse nessa fusão no trimestre anterior.

Ele também endereçou rumores de eventual venda de ativos da Oi, mas sem demonstrar real interesse e apenas afirmando também não saber se isso de fato acontecerá. Vale lembrar que há anos se fala em processo de consolidação no mercado brasileiro envolvendo a Oi – incluindo uma fusão com a TIM, que sempre foi alvo de rumores, mas nunca entrou em negociação oficial. Com a Telefônica, haveria a questão do passivo regulatório, como o próprio Juarez Quadros mencionou antes de assumir a presidência da Anatel.

Verticalização

Segundo Daniel Hajj, a fusão das norte-americanas AT&T e Time Warner não interfere em nada na estratégia da América Móvil para a América Latina, o que significa não haver interesse em seguir a mesma tendência de verticalização do mercado. "Não acho que vai nos afetar porque temos conteúdo, e eles precisam vender o conteúdo [deles] para todo mundo", declara. "Há conteúdo suficiente, vai haver mais produção de conteúdo, e todo mundo vai ter acesso a tudo; há muito conteúdo na TV paga." A AMX conta com produções locais para o serviço Claro Video na Colômbia e no México.

*Este conteúdo foi originalmente publicado no site Teletime

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