A Amazon é o maior cliente do USPS, gerando mais de US$ 6 bilhões em receita para a agência em 2025 – o que representa cerca de 7,5% do faturamento de 2024 (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)
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Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 10h11.
A Amazon está se preparando para expandir sua rede de entregas nos Estados Unidos e abandonar a parceria histórica com o Serviço Postal do país (USPS), após impasses nas negociações com a agência. A decisão, que pode afetar diretamente a viabilidade financeira do USPS, ocorre em um momento no qual a gigante do e-commerce busca consolidar ainda mais sua presença no setor de logística.
Segundo o Washington Post, a Amazon estava negociando com o USPS os termos de serviço do acordo entre as duas empresas, responsáveis por definir tarifas e acelerar as entregas para grandes clientes, com a intenção de garantir condições favoráveis e aumentar o volume de pacotes.
No entanto, as negociações não chegaram a um acordo. Assim, o USPS planeja realizar um leilão reverso em 2026, oferecendo espaço nas suas instalações para o maior lance – ou seja, a Amazon terá que competir com outras empresas pelo acesso.
Por sua vez, a gigante fundada por Jeff Bezos, dono do Washington Post, planeja retirar os bilhões de pacotes que anualmente envia pelo USPS até o final de 2026. O contrato atual expira em 1º de outubro e a Amazon buscava firmar um novo acordo de quatro anos.
Por isso, a perda desse volume de negócios pode comprometer ainda mais a saúde financeira do USPS, que enfrenta anos de déficits bilionários (US$ 9 bilhões somente no ano fiscal de 2025), apesar dos aumentos de tarifas. A maior parte da receita da agência já vem de encomendas, não mais de correspondências.
Com sua vasta rede de armazéns e frota de entregas, a Amazon pode eventualmente se tornar uma concorrente direta do USPS. Embora já venha expandindo sua própria rede de logística, incluindo motoristas contratados, trabalhadores autônomos e drones, grande parte das entregas ainda são terceirizadas para outras empresas.
Assim, a eventual criação de uma rede nacional de entregas própria representaria um desafio significativo para o modelo atual, tanto do USPS quanto de empresas como UPS e FedEx. Isso também marcaria mais uma expansão da "loja de tudo", cuja divisão de computação em nuvem, a AWS, é líder de mercado e o serviço de streaming Prime Video está ampliando sua oferta de produtos, por exemplo, com transmissões ao vivo de ligas esportivas como a NBA e a NFL.