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Amazon busca produzir diamantes artificiais para melhorar redes

As gemas seriam utilizadas nas redes quânticas da empresa. Se funcionar, a tecnologia elevará os sistemas de nuvem em um nível muito superior ao das fibras ópticas atuais

 (PATRICK T. FALLON/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de abril de 2023 às 16h55.

Última atualização em 5 de abril de 2023 às 17h04.

A Amazon.com fechou uma parceria com uma unidade do De Beers Group para produzir diamantes artificiais, com a aposta de que gemas feitas sob medida podem ajudar a revolucionar redes de computadores.

A divisão Element Six da De Beers vai trabalhar no projeto com o Center for Quantum Networking, da Amazon Web Services, uma unidade que busca soluções de última geração para transmitir dados com segurança em longas distâncias.

A rede quântica usa matéria subatômica para fornecer dados de uma maneira que vai além dos sistemas de fibra óptica atuais. Os diamantes seriam parte de um componente que permite a transmissão de dados com maior alcance sem interrupções.

Repetidores de sinal convencionais não podem processar informações nesse formato, conhecido como “qubits”. Como resultado, esse equipamento poderia funcionar em redes usadas pela AWS, provedora de serviços de computação em nuvem que responde pela maior parte do lucro da Amazon.

“Queremos produzir essas redes para a AWS”, disse Antia Lamas-Linares, que dirige o Center for Quantum Networking. Ela estima que a tecnologia poderia ser usada dentro de “anos, em vez de décadas”.

A Amazon processa uma grande parte da computação e do armazenamento de informações do mundo, por isso quer se manter no topo de qualquer tecnologia que possa lhe dar vantagem sobre rivais como Microsoft e Google, controlado pela Alphabet.

Para a Element Six, a esperança é encontrar uma nova aplicação para os diamantes industriais, que são valorizados por sua solidez e capacidade de funcionar como lentes. Usá-los na computação quântica – uma tecnologia nascente que promete tornar os dados mais seguros – pode ser uma grande oportunidade.

O uso generalizado de redes quânticas exigiria um volume enorme de componentes, incluindo diamantes especializados. A Element Six abriu recentemente uma fábrica em Oregon capaz de produzir até 2 milhões de unidades desse componente por ano, por meio de uma técnica chamada deposição química de vapor.

Um diamante é a forma sólida do elemento carbono. Sua estrutura cristalina faz do diamante o material mais resistente e termicamente condutor na natureza. Os diamantes também captam naturalmente um número limitado de impurezas, como átomos de nitrogênio, que lhes dão cor.

Essas impurezas podem ser um trunfo com diamantes feitos pelo homem. Ao criar gemas com exatamente as mesmas impurezas – e moldá-las para se alinharem da mesma maneira – podem funcionar como repetidores em uma rede baseada em quantum.

Por fim, também podem ajudar a computação quântica a ter um impacto mais amplo. Esses equipamentos serão necessários para conectar computadores baseados na mesma tecnologia, permitindo que redes de computadores quânticos – há muito tempo no reino da ficção científica – se tornem realidade, dizem os pesquisadores da Amazon.

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