Tecnologia

Adobe e Figma enfrentam revés em acordo de US$ 20 bilhões que pode mudar tudo no mundo dos apps

Investigação antitruste da UE ameaça fusão das gigantes do mercado de softwares de design

Dylan Field: cofundador e CEO da Figma (David Paul Morris/Getty Images)

Dylan Field: cofundador e CEO da Figma (David Paul Morris/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 14 de novembro de 2023 às 15h04.

Última atualização em 14 de novembro de 2023 às 15h05.

A União Europeia está prestes a formalizar acusações antitruste contra a fusão Adobe-Figma, sinalizando preocupações com potenciais impactos negativos em inovação e preços. Segundo o Financial Times, as acusações podem ser apresentadas até o final desta semana.

Desde a fusão de US$ 20 bilhões ser anunciada em setembro de 2022, UE afirmou que o acordo ainda necessita de escrutínio em Bruxelas, mesmo com venda estando abaixo do limiar para uma investigação obrigatória.

Bruxelas destacou a necessidade de análise por considerar que o acordo "ameaça afetar significativamente a concorrência no mercado de software de design interativo e lousa digital".

A Adobe deve argumentar que os dois negócios operam em mercados distintos. Uma pesquisa interna descobriu que apenas 10% dos usuários do Photoshop também usavam o Figma, enfatizando a sobreposição limitada de usuários, disseram várias pessoas com conhecimento da defesa da Adobe. 

Contudo, o caso soma-se a outros desafios legais enfrentados pela fusão, que já passa por longa investigação no Reino Unido. As autoridades britânicas avaliam se a transação resultará em mercado com menos produtos, inovações e concorrência.

Uma avaliação preliminar no Reino Unido já indicou uma "diminuição substancial da concorrência".

Nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça estaria preparando uma ação judicial para bloquear a transação. A Adobe sinalizou estar pronta para enfrentar as investigações, à medida que reguladores intensificam o escrutínio de grandes transações tecnológicas.

A fusão de US$ 20 bilhões, valorizou a Figma em cerca de 50 vezes sua receita recorrente anual, representa um salto dez vezes maior em comparação ao valor da empresa em 2019.

Figma e Canva, sediada na Austrália, são desenvolvedoras proeminentes de ferramentas de design baseadas em nuvem, conhecidas por oferecerem desempenho superior em relação a produtos da Adobe, como o Photoshop, líder de mercado em edição de imagens há muitos anos.

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