Tecnologia

Acesso à tecnologia pode salvar vidas, diz Cruz Vermelha

Tecnologias da informação, como a internet e a telefonia celular, se transformaram em uma ferramenta de ajuda às vítimas de desastres naturais, aponta relatório


	Internet: relatório mostra a desigualdade no acesso a essas tecnologias entre os países ricos e pobres, e seu impacto em situações de catástrofes
 (Getty Images)

Internet: relatório mostra a desigualdade no acesso a essas tecnologias entre os países ricos e pobres, e seu impacto em situações de catástrofes (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 10h01.

Genebra - As tecnologias da informação, como a internet e a telefonia celular, se transformaram em uma ferramenta de ajuda às vítimas de desastres naturais, já que o acesso rápido à informação permite uma reação imediata.

É o que revela o relatório apresentado nesta quinta-feira pela Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e da Crescente Vermelho (FICV), que evidencia a profunda desigualdade no acesso a essas tecnologias entre os países ricos e pobres, e seu impacto em situações de catástrofes naturais.

Embora o número de desastres em nível mundial tenha diminuído no ano passado, "o número de afetados nos países pobres sofreu um aumento" comentou a responsável por direitos humanos e diplomacia da FICV, Jouelle Tanguy.

Esta tendência pode estar relacionada ao fato de que a desigualdade no acesso às tecnologias da informação é mais notória nos países mais propensos aos desastres, indicou.

No total, cerca de 139 milhões de pessoas no mundo sofreram os efeitos de 552 desastres em 2012, segundo dados da organização.

O relatório analisa o papel das redes sociais e dos telefones celulares na hora de salvar vidas, e usa como exemplo o tufão "Bopha", que afetou as Filipinas em dezembro do ano passado, afetando 6,3 milhões de pessoas.


"Milhares de pessoas sobreviveram porque 99% da população tinha acesso à telefonia celular e pôde receber mensagens de alerta com antecedência e informações sobre os lugares seguros", revelou o estudo.

Durante o furacão "Sandy", ocorrido também no ano passado e que atingiu vários países do Caribe, foram enviados 20 milhões de tweets e cerca de 500 fotos através do aplicativo Instagram, o que contribuiu para mostrar em tempo real a situação dos afetados.

O especialista em tecnologias da informação da FICV, Sarmad Alsarraj, lamentou que "as pessoas que têm menos acesso às tecnologias sejam normalmente as mais afetadas pelos desastres".

Alsarraj também mencionou que somente 33% das pessoas que vivem em países em desenvolvimento têm acesso a serviços de internet, enquanto essa proporção aumenta para 77% nos países desenvolvidos.

Apenas 8% dos lares na África tem um computador, contra 76% na Europa.

O relatório adverte que a utilização cada vez maior das novas tecnologias por parte das organizações humanitárias para obter informação sobre as populações afetadas pelos desastres pode provocar a exclusão daqueles que não têm acesso a elas.

"Existe uma "divisão tecnológica" e por isto as tecnologias não devem substituir os meios de imprensa tradicionais de coleta e troca de informações, mas tem que complementá-los", disse o chefe de gestão de crise e desastres da organização, Simon Eccleshall.

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