(SpaceX/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 13h43.
Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 13h44.
A Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) concedeu, em 26 de novembro, aprovação condicional à SpaceX para o uso de satélites Starlink na oferta de conectividade móvel em zonas sem sinal nos Estados Unidos. A parceria permitirá que usuários da T-Mobile enviem mensagens em regiões remotas onde a cobertura terrestre é inexistente.
Com isso, a SpaceX pode utilizar frequências da T-Mobile em até 7.500 satélites da segunda geração da Starlink, sob a condição de não interferir em outras redes. Atualmente, dos mais de 2.600 satélites Gen2 já em órbita, cerca de 320 contam com tecnologia para comunicação direta com smartphones, suficiente para suportar serviços de mensagens de texto que a empresa planeja lançar ainda este ano.
No entanto, a FCC adiou a decisão sobre o aumento da potência de emissão de rádio desses satélites, um passo necessário para habilitar chamadas de voz em tempo real e vídeos com maior largura de banda. O órgão regulador também mantém suspensa a análise sobre o restante dos 22.488 satélites propostos para a constelação Gen2.
A FCC autorizou que a SpaceX opere satélites da segunda geração em altitudes mais baixas, entre 340 e 360 quilômetros, reduzindo a latência em comparação aos atuais 525-535 quilômetros. Essa operação, contudo, dependerá de coordenação com a NASA para proteger a Estação Espacial Internacional e outras missões.
A SpaceX já possui cerca de 4.100 satélites Gen1 em órbita, operando entre 540-570 quilômetros, com autorização para chegar a 4.408 unidades. Entretanto, a aprovação da FCC enfrentou oposição de empresas como EchoStar, Omnispace e o Project Kuiper, da Amazon. O temor é que a Starlink atrapalhe a operação dos outros satélites.
A aprovação condicional da FCC ocorre após a criação de regras para serviços de Cobertura Suplementar do Espaço (SCS, em inglês) em março, que definiram essas operações como secundárias em relação a serviços móveis via satélite (MSS) com frequências já autorizadas. Isso significa que operadores de SCS devem interromper imediatamente suas operações caso interfiram em serviços terrestres ou MSS.
A parceria SpaceX-T-Mobile já havia sido testada em emergências, como os furacões Milton e Helene, que derrubaram torres celulares na Flórida e na Carolina do Norte. Segundo a T-Mobile, a tecnologia foi usada para emitir 120 alertas de emergência e viabilizou o envio e recebimento de mais de 100 mil mensagens SMS nessas áreas.
Além da T-Mobile, a SpaceX firmou parcerias com outras operadoras globais, incluindo Rogers (Canadá), One NZ (Nova Zelândia), KDDI (Japão), Optus (Austrália) e Salt (Suíça). A aprovação da FCC também abre caminho para a SpaceX expandir seus serviços para outros países, em conformidade com regulações locais.