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7 fracassos tecnológicos vergonhosos de 2011

Do tablet HP TouchPad à PlayStation Network, da Sony, uma lista de fracassos que marcaram o ano

Eles perderam o jogo (Divulgação)

Maurício Grego

Publicado em 30 de dezembro de 2011 às 06h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h28.

São Paulo — Se é verdade que os fracassos trazem boas lições a ser aprendidas, 2011 foi um ano bastante pedagógico. Google, Microsoft, Sony, Nokia, HP e RIM são algumas das empresas que devem estar digerindo os erros que cometeram e prometendo fazer melhor em 2012. Confira, a seguir, sete dos mais importantes fracassos tecnológicos do ano.
  • 2. O Chromebook não decolou

    2 /8(Divulgação)

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    Já que a computação em nuvem é uma das tecnologias do momento, o Google resolveu radicalizar. Em maio, a empresa anunciou seus chromebooks, laptops baseados no sistema operacional Chrome OS . Eles rodam aplicativos que, em vez de ficar no próprio computador, residem em servidores da internet, ou seja, na nuvem. Os primeiros chromebooks começaram a ser vendidos em junho pela Samsung (foto ao lado) e pela Acer, nos Estados Unidos e na Europa. A ideia até seria atraente se o acesso à internet estivesse sempre disponível. Mas, como sabemos, não é o que acontece. Na maioria dos aviões, por exemplo, um chromebook é quase inútil. Além disso, os aplicativos online ainda estão longe de oferecer todos os recursos dos programas instalados nos PCs. E para completar, os modelos apresentados têm preços nada atraentes. Em novembro, o noticiário Digitimes, de Taiwan, divulgou a previsão de que o ano terminaria com menos de 30 mil unidades vendidas. É um número insignificante.
  • 3. HP TouchPad acabou liquidado

    3 /8(Reprodução)

  • O TouchPad, com que a HP pretendia superar a Apple no mercado de tablets, chegou às lojas nos Estados Unidos em julho, encalhou nos estoques e foi descontinuado apenas um mês e meio depois. Foi um fracasso espetacular, mas não por falta de preparação. A HP vinha desenvolvendo seu tablet desde 2005, o mesmo ano em que a Apple começou a trabalhar no iPad e no iPhone. A primeira tentativa fracassada foi o Slate, lançado em 2010, que rodava o Windows 7. Persistente, a HP tentou novamente com o TouchPad, que usava tecnologia da Palm. O novo produto seguiu o modelo da Apple, com soluções exclusivas e controle rígido do hardware e do software. Mas o tablet era caro e faltavam aplicativos para ele. Quase ninguém se interessou. Depois de anunciar seu fim, a HP acabou liquidando o estoque por 99 dólares a unidade, um quinto do preço original.
  • 4. O Windows Phone encalhou

    4 /8(Divulgação)

    O sistema operacional Windows Phone, da Microsoft , já conta com mais de 50 mil aplicativos e recebe elogios por ser prático, elegante e fácil de usar. Mesmo assim, o Gartner Group estima que, entre o terceiro trimestre de 2010 e o mesmo período de 2011, a participação do sistema da Microsoft no mercado caiu de 2,7% para ridículos 1,5%. Os principais motivos para o encalhe podem ser resumidos pela expressão inglesa “too little, too late” – muito pouco e tarde demais. O Windows Phone chegou atrasado e não trouxe vantagens significativas em relação aos concorrentes. Além disso, a Microsoft, diferentemente do Google, tentou ditar regras aos fabricantes de celulares e operadoras, definindo coisas como o hardware mínimo para rodar o Windows Phone e a maneira de atualizar o software. Isso acabou custando, a ela, o apoio de alguns desses parceiros. Empresas de pesquisa de mercado preveem que o Windows Phone deve ganhar espaço nos próximos anos, principalmente por causa da parceria da Microsoft com a Nokia, que só agora começa a dar frutos. Mas ninguém espera que vá ameaçar a Apple e a turma do Android num futuro visível.
  • 5. A Nokia afundou com o Symbian

    5 /8(Divulgação)

    No terceiro trimestre de 2010, o sistema operacional Symbian, da Nokia , liderava com folga o mercado de smartphones . Estava presente em 36% dos aparelhos vendidos no mundo, segundo o Gartner Group. Um ano depois, sua participação tinha caído para 17%, ainda em segundo lugar, mas com clara tendência a despencar para o fim da fila. A participação da Nokia no mercado caiu na mesma proporção. Foi a mais dramática queda registrada no ano. Lançado em 1997 (com o nome de Epoc32), o Symbian contribuiu para que a Nokia se tornasse o maior fabricante mundial de smartphones. Mas o sistema envelheceu e se tornou incapaz de competir com Android e iOS. No início deste ano, a empresa finlandesa o jogou para escanteio e adotou o Windows Phone. A troca custou a ela a liderança do mercado, hoje ocupada pela Samsung. Mesmo que tenha sucesso com o Windows Phone, é improvável que a Nokia recupere a posição que tinha no passado. A manutenção do Symbian é, agora, feita pela Accenture. Mas os dias de glória do software ficaram para trás.
  • 6. A morte anunciada do Google Buzz

    6 /8(Reprodução)

    Em outubro, menos de dois anos depois de anunciar com estardalhaço o Google Buzz, o Google divulgou que iria encerrar o esse serviço de mensagens curtas. Ele ainda durou até novembro, quando sumiu definitivamente. O Buzz, que lembrava o Twitter e o painel de atualizações do Facebook, foi inaugurado em fevereiro de 2010. Funcionava integrado ao Gmail e a outros serviços do Google. Permitia compartilhar links, fotos, vídeos e mensagens pessoais. Foi a terceira tentativa do Google de criar uma rede social, depois do Orkut e do Friend Connect.  Quando apareceu, o Buzz foi criticado por criar automaticamente uma rede com os contatos que o usuário tinha no Gmail, algo que muita gente viu como violação de privacidade. O serviço nunca se livrou da má imagem inicial. Com o tempo, os usuários passaram a ignorá-lo. Foi o início do fim. Agora, a empresa investe numa quarta tentativa de se firmar no mundo das redes sociais com o Google+.
  • 7. O vexame da PlayStation Network

    7 /8(Kevork Djansezian / Getty Images)

    Em 19 de abril, a PlayStation Network , a rede que conecta os consoles de jogos da Sony , foi desativada depois de ser invadida. O ataque hacker comprometeu 130 servidores, 50 sistemas de software que rodavam nessas máquinas e 77 milhões de contas de usuários. Dados como nome, endereço e senha dos usuários caíram nas mãos dos criminosos. Numa etapa posterior, a empresa descobriu que a rede Sony Online Entertainment também havia sido violada. Só em 14 de maio, quase um mês depois de constatada a invasão, a Sony começou a reativar gradualmente suas redes. Em alguns países, a Sony ofereceu compensações aos usuários que tiveram suas informações roubadas. Nos Estados Unidos, ela chegou a contratar uma empresa especializada para ajudá-los a se proteger contra fraudes. Mas a Sony também se garantiu com um contrato de uso dos serviços que proíbe os usuários de processá-la em caso de invasão. Resta esperar que os engenheiros da Sony tenham reforçado a segurança da rede.
  • 8. O BlackBerry parou no tempo

    8 /8(Divulgação)

    Nos últimos três anos, o valor de mercado da Research in Motion (RIM), fabricante da linha BlackBerry, caiu de 83 bilhões de dólares para apenas 13,6 bilhões. A empresa que, durante anos, impulsionou o mercado entrou numa estagnação desanimadora. Sua participação ainda era de respeitáveis 11% no terceiro trimestre deste ano, segundo o Gartner Group. Mas vem caindo continuamente. Basta comparar um BlackBerry com o iPhone e com os smartphones que rodam Android para perceber o motivo. Se o BlackBerry parecia avançado em 2007, hoje ele parece pertencer ao passado. E a RIM não tem nenhum produto grandioso a caminho capaz de reverter esse quadro. Um dos seus fracassos de 2011 é o tablet PlayBook. Caro para um tablet de 7 polegadas, o PlayBook ainda conta com poucos aplicativos. Além disso, tem limitações quase inacreditáveis, como não permitir o acesso direto aos serviços BlackBerry Mail e Messenger. Para usar esses recursos, é preciso ter também um smartphone BlackBerry, que age como intermediário. É difícil imaginar que algum usuário possa gostar dessa tortuosa solução.
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