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4G estreia limitado e com críticas no Brasil

Principais operadoras começam a vender hoje o serviço de telefonia celular 4G LTE, que chega somente em algumas capitais

Conexão 4G LTE: serviço oferece downloads de dados em até 100 Mbps (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2013 às 09h45.

São Paulo – As principais operadoras do país – Vivo, Claro, Tim e Oi – começam a vender, a partir de hoje, o serviço de telefonia celular 4G LTE . A tecnologia, no entanto, chega limitada: somente algumas capitais terão o sinal 4G, entre elas São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e as seis cidades que vão receber os jogos da Copa das Confederações (Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte). Alguns municípios, como Búzios, Campos do Jordão e Parati também terão suporte ao serviço.

O empenho das teles para ativar a tecnologia – que oferece downloads de dados em até 100 Mbps - agradou o governo. Paulo Bernardo, ministro das comunicações, declarou que, por causa da agilidade, as operadoras vão ultrapassar a meta do governo, que esperava o serviço funcionando hoje somente em seis cidades.

“Como tudo está funcionando bem, as empresas vão conseguir ofertar o 4G, nos próximos dias, em 15 cidades ou mais”, declarou. “E mais de 50% dessas localidades terão o sinal da nova tecnologia”.

Apesar da satisfação do governo, entidades que protegem os consumidores estão preocupadas. Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, teme que o 4G vá mais atrapalhar do que ajudar o mercado.

“As teles estão fazendo propaganda sobre o serviço, mas não deixam claro que é preciso comprar um telefone novo para usá-la”, diz. “Além disso, os comerciais não informam que o sinal será limitado a apenas uma parte das cidades que terão a cobertura 4G”.

Por conta das dúvidas em relação ao serviço, a Proteste enviou, no começo desta semana, um documento para a Anatel questionando as vendas do novo serviço. “Muita propaganda tem conteúdo enganoso. E o governo precisa agir antes, em prol dos consumidores”, afirma Maria Inês, que tem o apoio da entidade Engenheiros de Telecomunicações (AET).

Para a Proteste, ao invés do governo ‘patrocinar’ a adoção do 4G, ele deveria ler e resolver a pilha de reclamações da telefonia celular, considerada ruim por usuários. “O 3G, por exemplo, até hoje não funciona em várias cidades e falha até em São Paulo, maior capital do país. Então, ao invés de lançar o 4G, o governo deveria exigir das teles o conserto do 3G”, diz.


Mais antenas

Segundo Samuel Rodrigues, analista de telecomunicações do IDC, as teles vão enfrentar problemas no começo da operação no 4G, mas nada comparado à crise enfrentada pela tecnologia 3G.

As teles, explicam Rodrigues, venderão pacotes de serviços até um determinado número. “Desse jeito, elas não sobrecarregam as redes, evitam conflitos com o governo e não passam uma imagem negativa da nova tecnologia”, diz.

Contudo, lembra Rodrigues, o governo, as teles e até a sociedade precisam cobrar a tal “Lei das Antenas”. “Todo mundo sabe que o 4G precisa de mais antenas para funcionar bem. Sem elas, as operadoras ficarão limitadas, o sinal ruim e uma nova crise na área de telefonia pode surgir”.

Segundo Paulo Bernardo, ministro das comunicações, o projeto de Lei deve ser votado ainda em maio – e se for aprovado, vai facilitar a instalação dos equipamentos em municípios que proíbem, por diversos motivos, a expansão das redes de telefonia celular.

Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas para a América Latina e o Caribe, explica que o episódio da “Lei das Antenas” será superado com tranquilidade. “Há uma unidade entre teles e governo; a legislação vai sair para que o projeto 4G brasileiro seja um sucesso e melhor do que o 3G”, diz.

De acordo com Rojas, as teles vão usar os próximos dias para configurar a rede 4G e deixá-la adequada para atender os primeiros usuários. “Os serviço pode ter problemas pontuais nos primeiros dias, mas eles serão solucionados. A parte técnica não é o problema”, diz.

A preocupação do executivo é outra: o modelo comercial. As teles devem se preocupar em fazer pacotes para os brasileiros, mas também para os estrangeiros, já que haverá a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. “Os aeroportos precisam de quiosques das teles com as ofertas do 4G. E montar uma infraestrutura de suporte para atender os turistas. E isso ainda não foi resolvido”, diz Erasmo.

Ou seja, o 4G não precisa funcionar só para os brasileiros, mas também para os estrangeiros. E teles e governo devem se preocupar com isso, senão a crise da telefonia celular vai extrapolar nossas fronteiras.

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São Paulo – As principais operadoras do país – Vivo, Claro, Tim e Oi – começam a vender, a partir de hoje, o serviço de telefonia celular 4G LTE . A tecnologia, no entanto, chega limitada: somente algumas capitais terão o sinal 4G, entre elas São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e as seis cidades que vão receber os jogos da Copa das Confederações (Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte). Alguns municípios, como Búzios, Campos do Jordão e Parati também terão suporte ao serviço.

O empenho das teles para ativar a tecnologia – que oferece downloads de dados em até 100 Mbps - agradou o governo. Paulo Bernardo, ministro das comunicações, declarou que, por causa da agilidade, as operadoras vão ultrapassar a meta do governo, que esperava o serviço funcionando hoje somente em seis cidades.

“Como tudo está funcionando bem, as empresas vão conseguir ofertar o 4G, nos próximos dias, em 15 cidades ou mais”, declarou. “E mais de 50% dessas localidades terão o sinal da nova tecnologia”.

Apesar da satisfação do governo, entidades que protegem os consumidores estão preocupadas. Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, teme que o 4G vá mais atrapalhar do que ajudar o mercado.

“As teles estão fazendo propaganda sobre o serviço, mas não deixam claro que é preciso comprar um telefone novo para usá-la”, diz. “Além disso, os comerciais não informam que o sinal será limitado a apenas uma parte das cidades que terão a cobertura 4G”.

Por conta das dúvidas em relação ao serviço, a Proteste enviou, no começo desta semana, um documento para a Anatel questionando as vendas do novo serviço. “Muita propaganda tem conteúdo enganoso. E o governo precisa agir antes, em prol dos consumidores”, afirma Maria Inês, que tem o apoio da entidade Engenheiros de Telecomunicações (AET).

Para a Proteste, ao invés do governo ‘patrocinar’ a adoção do 4G, ele deveria ler e resolver a pilha de reclamações da telefonia celular, considerada ruim por usuários. “O 3G, por exemplo, até hoje não funciona em várias cidades e falha até em São Paulo, maior capital do país. Então, ao invés de lançar o 4G, o governo deveria exigir das teles o conserto do 3G”, diz.


Mais antenas

Segundo Samuel Rodrigues, analista de telecomunicações do IDC, as teles vão enfrentar problemas no começo da operação no 4G, mas nada comparado à crise enfrentada pela tecnologia 3G.

As teles, explicam Rodrigues, venderão pacotes de serviços até um determinado número. “Desse jeito, elas não sobrecarregam as redes, evitam conflitos com o governo e não passam uma imagem negativa da nova tecnologia”, diz.

Contudo, lembra Rodrigues, o governo, as teles e até a sociedade precisam cobrar a tal “Lei das Antenas”. “Todo mundo sabe que o 4G precisa de mais antenas para funcionar bem. Sem elas, as operadoras ficarão limitadas, o sinal ruim e uma nova crise na área de telefonia pode surgir”.

Segundo Paulo Bernardo, ministro das comunicações, o projeto de Lei deve ser votado ainda em maio – e se for aprovado, vai facilitar a instalação dos equipamentos em municípios que proíbem, por diversos motivos, a expansão das redes de telefonia celular.

Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas para a América Latina e o Caribe, explica que o episódio da “Lei das Antenas” será superado com tranquilidade. “Há uma unidade entre teles e governo; a legislação vai sair para que o projeto 4G brasileiro seja um sucesso e melhor do que o 3G”, diz.

De acordo com Rojas, as teles vão usar os próximos dias para configurar a rede 4G e deixá-la adequada para atender os primeiros usuários. “Os serviço pode ter problemas pontuais nos primeiros dias, mas eles serão solucionados. A parte técnica não é o problema”, diz.

A preocupação do executivo é outra: o modelo comercial. As teles devem se preocupar em fazer pacotes para os brasileiros, mas também para os estrangeiros, já que haverá a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. “Os aeroportos precisam de quiosques das teles com as ofertas do 4G. E montar uma infraestrutura de suporte para atender os turistas. E isso ainda não foi resolvido”, diz Erasmo.

Ou seja, o 4G não precisa funcionar só para os brasileiros, mas também para os estrangeiros. E teles e governo devem se preocupar com isso, senão a crise da telefonia celular vai extrapolar nossas fronteiras.

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