Além do tamanho reduzido, o que chama atenção nesse projetor é a independência. Com várias conexões, ele não necessita de um PC para funcionar. O aparelho armazena e exibe apresentações, vídeos e documentos direto de um cartão micro SD ou da sua memória interna de 4 GB. Durante 1 hora e 48 minutos de projeção, ele dispensa até a tomada. Não precisa de cabos de conexão para transferir arquivos ou navegar na internet. A operação de todos esses recursos é feita por uma tela sensível ao toque. Um problema: alguns desses botões são muito pequenos.

O MP180 é o carro-chefe da 3M no campo dos projetores portáteis e, como tal, supera seus irmãos menores em resolução e luminosidade. As imagens projetadas pelo pequeno aparelho têm 800 x 600 pixels, um número que, se não coloca o MP180 entre os picoprojetores de maior resolução, pelo menos é o suficiente para garantir apresentações com linhas bem definidas. O único porém do SVGA é que a proporção de imagem que ele implica (4:3) não é tão ampla quanto a que estamos acostumados. Em outras palavras, você provavelmente ficará satisfeito com o aspecto dos slides de PowerPoint projetados pelo MP180, mas essa sensação pode não repetir ao projetar um filme.

A lâmpada LED que ilumina cada um desses 480 mil pontos coloridos não se acanha diante de situações em que a luz da sala não pode ser desligada. Obviamente, o MP180 funciona melhor no escuro, mas suas imagens não se tornam invisíveis em uma sala iluminada por lâmpadas fluorescentes, por exemplo. Mais especificamente, a 3M promete uma intensidade luminosa de 30 lumens, um número alto, especialmente quando se considera a boa duração da bateria.

Esses dois fatores, resolução e luminosidade, garante a funcionalidade do projetor, mas e quanto a qualidade? Nesse ponto o MP180 realmente não impressiona. O aparelho é incapaz de reproduzir o preto com fidelidade. Consequentemente, cor e contraste não são pontos fortes desse projetor. Ele não fica abaixo da média, mas quem paga 1.500 reais por um projetor normalmente não se satisfaz com imagens medianas.

Claro, o preço elevado do MP180 encontra sua justificativa em outras áreas. Estamos falando de um eletrônico excepcionalmente versátil. Graças á memória interna e ao navegador de internet integrado, não é exagero dizer que esse projetor tem potencial para tornar o computador supérfluo na hora de realizar apresentações. Ele tem seus limites, no entanto. O browser do MP180 não suporta flash e nossa unidade congelou várias vezes durante a navegação na internet. Outra questão é o suporte a codecs. O MP180 consegue ler a maioria dos formatos de vídeo e áudio mais populares (e. g. MP4, H.246, MP3 e AAC), sem falar nos formatos de documento em geral (DOC, XLS, PPT, PDF e TXT). Porém, não se pode esperar dele um nível de flexibilidade comparável ao de um PC.

Se o acesso à rede via Wi-Fi e a memória interna não forem o suficiente, o MP180 também oferece uma ampla seleção de conexões. Quem tem aversão a fios pode utilizar o bluetooth para transferir arquivos para o aparelho. Também é possível expandir a memória do projetor com a ajuda do slot de cartão microSD. Na traseira encontramos uma miniUSB e uma entrada de vídeo proprietária. Além do cabo USB, a 3M incluiu dois adaptadores para a entrada proprietária: vídeo composto (com saída de áudio estéreo) e D-sub. Há ainda uma P2 exportar o sinal de áudio.

Como não poderia deixar de ser em reprodutor de mídia tão independente, o MP180 tem seu próprio sistema de áudio. Trata-se de um som de baixa potência, compatível com o tamanho reduzido do aparelho: são dois alto-falantes de 0,75 watt. No entanto, ele é capaz de reproduzir vozes e música com um nível de clareza razoável. Na seara do áudio, a grande deficiência desse projetor não está nos alto-falantes e sim no barulho excessivo que o sistema de refrigeração a ar produz.

Apesar de todo o esforço do ventilador, o MP180 esquenta sobremaneira. Depois de apenas alguns minutos de uso, medimos nada menos que 44,2°C na saída de ar do aparelho. Se um controle remoto acompanhasse o produto por padrão, a temperatura não seria um problema tão grave. Mas a 3M espera que utilizemos uma interface de toque que repousa sobre a superfície desse pequeno reator nuclear... 

A 3M realizou um tremendo feito de engenharia ao acomodar todos esses recursos no MP180. A grande questão é se tudo isso é de fato necessário. Levar um notebook consigo nas atividades cotidianas já não exige um esforço considerável. Também existem outras plataformas de apresentação ainda mais portáteis como os smartphones e os tablets. Quem quer que tenha qualquer outra necessidade além da projeção em si provavelmente ganharia mais ao investir em um notebook e um projetor mais simples. Ainda assim, podemos encarar esse produto de outra forma: ele pode servir como reforço para as ocasiões em que o computador foi esquecido ou parou de funcionar por qualquer motivo.

Ficha técnica

Luminosidade	30 Lumens ANSI
Resolução	800 x 600 pixels
Taxa de contraste	200:1
Conexões	micro SD, Bluetooth e Wi-Fi
Dimensões	6,5 x 15 x 3,3 cm
Peso	329 g

Avaliação técnica

Prós	Portátil; ampla conectividade; memória interna de 4 GB; browser integrado; LED de intensidade relativamente forte;
Contras	Qualidade de imagem poderia ser melhor; implementação ruim da interface de toque; sistema travou em algumas ocasiões; barulhento; esquenta excessivamente;
Conclusão	O MP180 é projetor portátil mais versátil que já testamos, mas todos esses recursos extras são contrabalançados por deficiências em áreas essenciais como a qualidade de imagem e a interface;
Média	7.6
Preço	R$ 1270