A motivação inicial para os protestos ocorreu após o anúncio do aumento das passagens no transporte público de São Paulo. A tarifa aumentou 20 centavos, passando a custar 3,20 reais para a população. O Movimento Passe Livre, formado principalmente por jovens, convocou as primeiras manifestações pelas ruas de São Paulo.

Durante os dois primeiros atos, que aconteceram no início do mês de junho, aconteceram os primeiros confrontos entre manifestantes e a Tropa de Choque da Polícia Militar. Como consequência, foram presenciadas ações de vandalismo, com vidros das estações de metrô quebrados, lixeiras incendiadas e fachadas de loja depredadas.

Na última quinta-feira, ocorreu o dia mais violento de protestos em São Paulo. Mais de 200 pessoas foram detidas pela Polícia Militar e a Tropa de Choque foi acusada por agir com excesso de violência contra os manifestantes.

A imagem da jornalista Giuliana Vallone, repórter da Folha de S.Paulo, circulou nas redes sociais e se tornou um símbolo do dia de violência. Ela foi atingida no olho esquerdo por uma bala de borracha disparada por um policial. Segundo a corporação, o agente público atirou para baixo.

Na última sexta-feira, as páginas do Twitter e do Facebook foram tomadas por mensagens contrárias à violência policial registrada no dia anterior. No Tumblr, montagens fizeram brincadeiras em alusão aos excessos cometidos pela Polícia Militar.

A mobilização dos usuários das redes sociais foi semelhante à registrada na Turquia, onde cidadãos do país tomaram as ruas de várias cidades contra o governo do premiê Recep Tayyip Erdogan. Em uma imagem postada no Facebook, militantes turcos demonstram seu apoio aos protestos brasileiros.

Na última segunda-feira, artistas também aderiram aos protestos. Em ensaio fotográfico publicado no Instagram, alguns atores postaram uma foto com o olho roxo, em alusão à repórter Giuliana Vallone.

Na última segunda-feira, os protestos tomaram conta das principais cidades do Brasil. Os manifestantes levaram às ruas diversas reivindicações que iam além das exigências para a revogação do aumento das tarifas do transporte público.

Rio de Janeiro e São Paulo concentraram o maior número de manifestantes. Pelo menos 100 mil pessoas estiveram nas ruas da capital fluminense enquanto ao menos 65 mil cidadãos ocuparam as vias paulistanas. Apesar de alguns casos de confronto com a polícia, os atos foram pacíficos.

Em anúncio divulgado na última quarta-feira, Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, e Fernando Haddad, prefeito da capital, anunciaram que as tarifas voltarão ao preço de 3 reais. Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, e Sérgio Cabral, governador do estado, também recuaram e irão baixar as passagens do transporte público.