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Os melhores e os piores investimentos de 2016

Tesouro IPCA foi o melhor investimento de 2016 e fundo cambial, o pior. Confira as tendências para 2017 e o que influenciou esse desempenho

Primeiros lugares no ranking: Títulos públicos se destacaram de lavada (nikkytok/Thinkstock)

Primeiros lugares no ranking: Títulos públicos se destacaram de lavada (nikkytok/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 18h37.

São Paulo - Os títulos públicos fizeram a festa em 2016. Cinco deles ocupam as primeiras posições no ranking dos melhores investimentos do ano, elaborado por EXAME.com.

O Tesouro IPCA+ 2035, indexado à inflação, foi o investimento que teve o melhor desempenho em 2016, com alta expressiva de 47,81%. A segunda posição é do Tesouro Prefixado 2021, que valorizou 38,69% no ano. Em terceiro lugar, ficou o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050, com alta de 34,2% no ano.

Já os fundos cambiais e o ouro foram os investimentos que se deram mal em 2016. Os fundos cambiais ficaram em último lugar no ranking, com queda de 15,56% no ano. Em penúltimo, aparece o ouro, com desvalorização de 12,16% no ano.

É importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações em 2016 e no mês, sem descontar Imposto de Renda (IR), cuja alíquota varia entre 15% e 22,5%. Somente a poupança e as aplicações de até 20 mil reais em ouro são isentas de IR.

Veja, na tabela a seguir, o desempenho de alguns dos principais investimentos do mercado em 2016 e em dezembro:

AplicaçãoDesempenho em 2016 (%)Desempenho em dezembro (%)
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal)47,814,86
Tesouro Prefixado 2021 (LTN)38,692,86
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B)34,23,31
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F)32,792,5
Fundos de Ações Indexados*32,65-5,15
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B)31,423,07
Fundos de Ações Livre*23,78-2,1
Tesouro Prefixado 2018 (LTN)21,531,54
Fundo de Ações Dividendos*21,24-2,84
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior*18,621,28
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal)17,221,33
Fundos de Ações Small Caps*17,06-3,05
Fundos Renda Fixa Indexados*16,431,21
Tesouro Selic 2017 (LFT)14,011,23
Tesouro Selic 2021 (LFT)13,591,02
Fundos Multimercados Livre*13,330,54
Fundos Renda Fixa Simples*12,610,82
Poupança**7,570,69
Fundos de Ações Investimento no Exterior*0,79-2,45
Fundos Multimercados Investimento no Exterior*0,440,15
Ouro-12,32-6,46
Fundos Cambiais-15,56-3,48

*Até 29 de outubro, dado mais atual disponível na Anbima.
**Até o dia 28 de dezembro.
***O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
****Projeção do Boletim Focus do Banco Central.
Fontes: Anbima, BM&FBovespa, Thomson Reuters, Banco Central do Brasil e Tesouro Nacional.

Veja, na tabela a seguir, o desempenho dos principais índices e taxas de referência para investir: 

Referência2016 (%)Dezembro (%)
Ibovespa40-2,80%
Selic***14,021,07
CDI***13,941,02
IPCA****6,40,41
Dólar comercial-17,6-4

O que esperar para 2017

Os títulos públicos surfaram na onda de juros e inflação alta, por conta da recessão econômica no Brasil. Se por um lado, quem pegou empréstimos pagou mais caro, por outro, quem investiu em renda fixa conseguiu se beneficiar em 2016. “Quem vive de juros no Brasil nunca viveu tão bem”, resume o gerente comercial da corretora Spinelli, José Domingos Ruiz Neto.

Os juros estão em um patamar tão elevado que, mesmo com a expectativa de queda em 2017, títulos de renda fixa, como os do Tesouro Direto, vão continuar trazendo bons resultados. Quanto maior o prazo do título, melhor o seu desempenho, como é de praxe no mercado financeiro. No entanto, é importante adequar o prazo do investimento ao objetivo do investidor.

Já os fundos cambiais e o ouro tiverem desempenho negativo por conta da alta volatilidade no mercado internacional e no Brasil. Em 2017, as coisas não devem ser diferentes, na avaliação de Ruiz, com a eleição de Donald Trump e a Operação Lava Jato em andamento.

Vale lembrar que, para escolher seus investimentos, é importante se guiar não só pela rentabilidade, mas pelo risco que você está disposto a correr e e pelo prazo para realizar seu objetivo.

Aplicações em renda fixa como os títulos públicos, por exemplo, são indicadas para quem quer segurança. Já fundos cambiais são recomendados só para pessoas que precisam se proteger da oscilação de moedas estrangeiras.

Além disso, a velha recomendação do mercado é essencial: rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro.

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