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Com queda de juros, poupança vai render menos a partir de quinta

O Copom pode reduzir os juros para abaixo de 8,5% nesta quarta-feira (6). Se isso acontecer, a regra de remuneração da poupança vai mudar

Poupança: Retorno deve ser limitado a um percentual de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (Ingram Publishing/Thinkstock)

Poupança: Retorno deve ser limitado a um percentual de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (Ingram Publishing/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 18h35.

São Paulo - O investimento preferido dos brasileiros vai render menos. Conforme a previsão do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic, taxa básica de juros, para 8,25% ao ano na reunião desta quarta-feira (6), o que muda o retorno da poupança.

Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central. Nos últimos 12 meses, a poupança rendeu 7,62% —abaixo da Selic, atualmente em 9,25% ao ano.

No entanto, uma regra em vigor desde maio de 2012 prevê um corte nos rendimentos da poupança quando a Selic cai para abaixo de 8,5% ao ano, para depósitos feitos a partir dessa data. Nessa situação, o retorno da caderneta é limitado a um percentual de 70% da Selic ao ano, mais a Taxa Referencial.

Com o corte da Selic para 8,25% ao ano, a nova regra passa a valer a partir desta quinta (7) e o retorno da poupança passa a ser de 70% de 8,25%, o equivalente a 5,77% mais a Taxa Referencial.

“Com a queda da Selic, a diferença de retorno entre outros investimentos e a poupança diminuiu, o que tornou a poupança relativamente mais atrativa. No entanto, com a mudança na regra, outras aplicações que rendem perto de 100% da Selic ainda pagam melhor”, explica o professor de economia Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.

Com queda da Selic ainda mais acentuada esperada pelo mercado até o final do ano, o rendimento da poupança deve cair ainda mais. “Isso significa que ainda é interessante buscar outras aplicações igualmente seguras, com liquidez diária, que oferecem rendimentos maiores”, orienta o professor de economia Fabio Rhein, do Ibmec do Rio de Janeiro.

Para isso, cabe ao investidor fazer as contas antes de investir e comparar os ganhos. Por ser isenta de Imposto de Renda, a poupança pode ser mais atrativa do que CDBs que pagam menos de 80% do CDI e fundos de renda fixa que cobram taxa de administração acima de 1%, segundo o professor de economia Joelson Sampaio, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas.

É importante lembrar, porém, que a remuneração da poupança é mensal —ou seja, se você aplicar hoje, só irá receber retorno daqui 30 dias. Caso o resgate do dinheiro seja feito antes desse período, não terá ganho algum.

A melhor forma de comparar os investimentos é buscando alternativas de investimento em corretoras independentes, fora dos grandes bancos, que podem oferecer produtos mais atrativos. Além disso, títulos do Tesouro Direto indexados à Selic seguem como uma boa opção para ter retornos maiores que a poupança.

Mas é essencial que você escolha a aplicação de acordo com o seu objetivo, não pela rentabilidade, já que a rentabilidade passada não garante retorno futuro. Para isso, tenha certeza de quanto dinheiro você tem disponível para investimento, qual o prazo que você pretende deixar o recurso aplicado e o que você pretende fazer com ele. Se precisar, procure a ajuda de um especialista (veja como identificar se você precisa da ajuda de um consultor financeiro).

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