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3 investimentos para quem tem até 1.000 reais

Tesouro Selic é a opção mais indicada para pequenos investidores que querem ter a possibilidade de resgatar o dinheiro a qualquer momento

Dinheiro no cofre: Tesouro Selic tem a melhor rentabilidade para pequenos investidores (Thinkstock/ Solarseven)

Dinheiro no cofre: Tesouro Selic tem a melhor rentabilidade para pequenos investidores (Thinkstock/ Solarseven)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 20 de julho de 2016 às 17h18.

Última atualização em 20 de outubro de 2016 às 10h09.

São Paulo - Você finalmente decidiu que vai fazer uma reserva financeira, guardar 100 reais por mês ou menos, que seja. Ou então ganhou um dinheiro extra, menos de 1.000 reais, e quer investir esse valor, mas ouve por aí que a poupança rende pouco.

De fato, há outros investimentos seguros, que acompanham a taxa básica de juros, a Selic, e têm rendimentos superiores à poupança. Mas qual o mais indicado para quem tem pouco dinheiro para investir e quer ter esse recurso à disposição a qualquer momento, para uma eventualidade?

Especialistas ouvidos por EXAME.com não têm dúvidas de que o Tesouro Selic é a melhor opção, nesse caso. Compare as opções a seguir e entenda por quê:

Tesouro Selic

Dá para investir a partir de 30 reais no Tesouro Direto, o investimento preferido de muitos consultores financeiros. Comprar um título do Tesouro pode ser igualmente simples, mais seguro e mais rentável do que investir na caderneta de poupança. O investidor empresta seu dinheiro ao governo, que o remunera por isso.

Na plataforma de negociação online, há uma lista de diferentes títulos públicos disponíveis, cada um com a sua forma de remuneração. O Tesouro Selic é um deles, e é o mais indicado para quem deseja ter a possibilidade de resgatar o dinheiro aplicado a qualquer momento, em uma emergência.

Ele é um investimento de renda fixa, ou seja, o investidor consegue prever de que forma seu dinheiro será remunerado no momento da aplicação, diferente das ações, por exemplo. O Tesouro Selic paga ao investidor a variação da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano.

Ele é o investimento com menor risco de crédito do país, ou seja, com menor chance do investidor levar calote. “Embora a dívida pública brasileira seja alta, o governo tem mais condições de honrar com seus compromissos do que qualquer instituição privada”, explica a planejadora financeira Marcia Dessen, autora do livro Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro.

O Tesouro Selic também é a aplicação de renda fixa mais rentável do mercado para investimentos de até 1.000 reais. Isso porque ele paga sempre 100% da variação da taxa Selic, não importa quanto o investidor aplique. “O Tesouro Selic é o único investimento que vai tratar o pequeno investidor tão bem quanto trata o grande. Diferente de outras aplicações de renda fixa, a rentabilidade não varia de acordo com a quantidade de dinheiro que você tem”, orienta Marcia.

Outra vantagem do Tesouro Selic é a liquidez diária. Ou seja, não importa o prazo estabelecido ao fazer a aplicação, o investidor pode resgatar o dinheiro a qualquer momento, com rentabilidade. Essa característica faz do Tesouro Selic a aplicação ideal para ter uma reserva de emergência, um dinheiro que você pode precisar usar a qualquer momento da vida.

Diferente de outros títulos públicos, o Tesouro Selic também não apresenta risco de prejuízo se o investidor vender o produto antes do prazo, já que ele paga a variação da taxa Selic, sempre positiva. É possível vender só uma fração do título, ou seja, resgatar uma parte do dinheiro e manter a outra investida.

Ao contrário da poupança, o investidor também não precisa esperar a data de aniversário do investimento para resgatar o dinheiro com rentabilidade no mês.

Quanto custa investir

Ao comprar qualquer título no Tesouro Direto, o investidor paga uma taxa de custódia de 0,3% ao ano para a BM&F Bovespa, não importa a corretora escolhida. Também pode ter que pagar uma taxa de corretagem, de até 2% ao ano, conforme a corretora.

Algumas instituições não cobram essa taxa. Veja as taxas cobradas por cada instituição. Raras corretoras independentes de bancos também cobram taxas para sacar ou transferir o dinheiro para uma conta corrente, mas a maioria, não.

Assim como outras aplicações de renda fixa, os títulos públicos são tributados pelo Imposto de Renda, que segue a tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento. Veja o passo a passo para investir no Tesouro Direto e como escolher a corretora.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

O valor mínimo para comprar um CDB varia de um banco para o outro, mas é certo que você consegue aplicar com menos de 1.000 reais. É provável que essa seja a opção de investimento mais indicada pelo gerente do banco, mas ela não é a preferida dos planejadores financeiros para quem tem poucos recursos disponíveis.

Ao comprar um CDB, o investidor empresta dinheiro para a instituição financeira e recebe uma remuneração por isso. O banco empresta o dinheiro a outros clientes e, para garantir lucro, paga uma taxa menor ao investidor do que a que cobra para emprestar aos tomadores de crédito.

O mais comum é que os CDBs sejam pós-fixados e atrelados à taxa DI (CDI), o que significa que eles pagam ao investidor certo percentual dessa taxa, que está próxima à Selic. É possível encontrar CDBs no mercado que pagam 100% ou mais da taxa DI. No entanto, essas não são as opções normalmente ofertadas para quem investe até 1.000 reais.

“Para um valor baixo, o CDB tem remuneração baixa também. O pequeno investidor não vai conseguir remuneração melhor no CDB do que no Tesouro Selic”, explica Amerson Magalhães, diretor da corretora Easynvest.

Quanto menos o investidor aplica em um CDB, menor será a rentabilidade, o que significa que ela pode se aproximar da poupança. O CDB tem exatamente a mesma segurança que a poupança e o seu retorno pode ser até o dobro que o da caderneta, mas não para investimentos de até 1.000 reais.

“É muito provável que você já tenha sido assediado pelo seu gerente para comprar um CDB, mas não um título público. Ele parece mais acessível, mas é extremamente fácil comprar um título de Tesouro Selic”, aconselha o professor de finanças Marcelo Cambria, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

Muitos CDBs oferecem liquidez diária, ou seja, permitem o resgate do valor investido a qualquer momento. No entanto, as melhores remunerações são obtidas nos CDBs de longo prazo, o que significa que ele não é a aplicação mais indicada para uma reserva de emergência.

Quanto custa investir

Os bancos não cobram taxas de administração para incentivar que seus clientes comprem CDBs. Mesmo assim, a rentabilidade de um Tesouro Selic pode ser muito maior para valores abaixo de 1.000 reais. Os CDBs também são tributados pela tabela regressiva do Imposto de Renda.

Fundos DI

Provavelmente seu banco vive oferecendo um fundo de investimento. Os fundos DI costumam ser indicados a quem tem pouco dinheiro para investir e gostaria de deixar toda a responsabilidade nas mãos do gestor da aplicação, que não tem prazo de vencimento.

Eles aplicam majoritariamente em investimentos de renda fixa que acompanham as variações da taxa DI.

Mas é preciso prestar atenção às taxas de administração, que podem ser bem altas, principalmente se você investe pouco dinheiro. Com isso, no fim das contas, os fundos DI podem ter rentabilidade bem menor do que o Tesouro Selic.

Como os fundos DI não compram ativos de risco, difícilmente atingem 100% da taxa DI devido a cobrança das taxas de administração. Mas há liquidez diária.

É importante lembrar que, com a mudança nas regras de classificação dos fundos promovida pela Anbima (associação de entidades de mercado) em 2015, os fundos DI deixaram de ter uma denominação própria. Com isso, eles foram incorporados à classe de fundos de renda fixa.

As próprias gestoras puderam determinar para qual subcategoria os fundos DI iriam —a maioria foi para “Fundos de Renda Fixa Duração Baixa Soberano” ou “Fundo de Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento”.

Quanto custa investir

A taxa de administração costuma variar entre 1% e 5% ao ano, o que é muito para um investimento considerado conservador.

Além disso, o desconto de IR é cobrado por meio do sistema de tributação conhecido como "come-cotas", no qual o imposto é cobrado duas vezes ao ano (em maio e novembro) e é deduzido por meio da redução do número de cotas do fundo.

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