O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe: seu partido Liberal Democrata lidera as pesquisas de intenção de voto nas eleições do dia 22 | Toru Hanai/ Reuters / (Toru Hanai/Reuters)
Filipe Serrano
Publicado em 20 de outubro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 20 de outubro de 2017 às 05h56.
Os japoneses estão divididos. Por um lado, metade dos eleitores entrevistados numa pesquisa recente (47%) gostaria de ver o primeiro-ministro Shinzo Abe fora do comando do país (só 37% gostariam que ele continuasse no governo). Por outro, nenhum político de oposição conseguiu se estabelecer como uma alternativa ao pragmatismo de Abe. Mesmo aos trancos e barrancos, o primeiro-ministro vem conduzindo o país com sucesso desde 2012. Suas políticas de estímulo reaqueceram a economia, e hoje o Japão vive o melhor momento em décadas. A taxa de desemprego é de apenas 3% — a menor dos últimos 12 anos. No entanto, Abe está longe de animar os eleitores. Seu governo foi abalado por escândalos, e a aprovação despencou. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, do recém-criado Partido da Esperança, chegou a ser vista como uma forte opositora nas eleições gerais do dia 22, mas o apoio a seu partido murchou depois que ela decidiu não se candidatar ao Parlamento. Até o dia 16, o partido Liberal Democrata, de Abe, liderava as pesquisas de intenção de voto, e o primeiro-ministro caminhava para assegurar um novo mandato. Mesmo se vencer, Abe terá de fazer mais para, de fato, conquistar o eleitor.