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Uber da reforma: as startups que democratizam o acesso a imóveis planejados

Com a pandemia, startups que conectam arquitetos e clientes e entregam ambientes projetados — e a preços bastante acessíveis — ganharam destaque

A cozinha reformada da paulistana Amanda Kvasnicki: economia (Divulgação/Divulgação)

A cozinha reformada da paulistana Amanda Kvasnicki: economia (Divulgação/Divulgação)

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Matheus Doliveira

Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 05h55.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 16h07.

Cômodos que agora comportam trabalho, descanso e lazer começam a ser enxergados com outros olhos, até mesmo por aqueles que nunca pensaram em contratar um serviço de ­decoração profissional. Nesse contexto, ganham destaque startups que conectam arquitetos e clientes e entregam ambientes projetados — e a preços bastante acessíveis.

A Archie, fundada há pouco mais de quatro anos pela arquiteta Vanessa Prado e pela advogada Fernanda Leão, entrega um projeto detalhado em 3D por 399 reais o cômodo. A contratação do serviço funciona assim: o cliente entra no site da marca, preenche um quiz para descobrir seu estilo de decoração e dá match com um dos arquitetos prestadores de serviço. Com o par formado, o profissional e o comprador constroem juntos o projeto, já com uma lista de produtos dentro de um orçamento predefinido.

Tudo é feito online e não inclui mudanças estruturais, como a remoção de paredes. “O cliente recebe até o link da poltrona, do abajur ou da tinta que vai usar. Com nossa supervisão, ele consegue executar a decoração pensada pelo profissional”, diz Vanessa, da ­Archie.

A paranaense Pryscilla Polanski reformou quarto e sala de seu novo apartamento dessa forma. “Eu brincava que era formada em decoração pelo ­YouTube, mas a teoria é muito diferente da prática. Profissionais estudam anos para decorar, e eu não queria arriscar com o meu imóvel”, diz. Para a paulistana Amanda Kvasnicki, que fez mudanças na cozinha, o preço foi o maior atrativo. “Cheguei a fazer orçamentos de 25.000 reais com marcenarias comuns. Com um projeto profissional em mãos, acabei gastando 8.000 reais, incluindo até mesmo o fogão.”

Pryscilla e Amanda nunca tinham contratado um serviço de decoração profissional. “As pessoas sempre acham que podem fazer sozinhas, mas o barato pode sair caro”, diz Miriam Yokoyama, fundadora da EasyDeco, startup que já assinou mais de 5.000 projetos em quatro anos de funcionamento. Por lá, o projeto de decoração sai por 499 ­reais o ambiente. Outra startup que viu a demanda crescer na pandemia foi a ­Arquiteto de Bolso, que entrega um projeto de decoração 3D em até 2 horas por 99 reais para um cômodo de até 20 metros quadrados. “Nossa missão sempre foi democratizar o acesso à arquitetura. Do ano retrasado para o passado, tivemos um crescimento expressivo de novos clientes”, conta Márcia Monteiro, CEO da marca.

Entre os arquitetos consultados, é consenso que a quarentena ajudou a despertar um maior interesse por ambientes bem decorados. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), de 2019 para 2020 as vendas de itens de decoração na internet aumentaram 96%, enquanto a procura por móveis subiu 111%. A demanda por reformas nos ambientes de home office é a que tem crescido mais. “Agora todo mundo quer ter uma estante de livros bonita para aparecer no fundo das videochamadas”, diz Vanessa, da Archie.  

(Arte)

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