Revista Exame

Na Whirlpool a entrega de novidades não pode parar

A fabricante de eletrodomésticos Whirlpool aproveitou a Copa para crescer. Em 2015, o poder de inovação da empresa será mais importante do que nunca

Brega, da Whirlpool: a empresa é a mais rentável do setor, mas a situação já foi mais confortável (Germano Luders/Exame)

Brega, da Whirlpool: a empresa é a mais rentável do setor, mas a situação já foi mais confortável (Germano Luders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2015 às 04h56.

São Paulo — O ano de 2014 tinha tudo para ser difícil para a subsidiária bra­sileira da fabricante americana de eletrodomésticos Whirlpool, dona das marcas Consul e Brastemp. Era ano de eleição, a economia andava de lado, e ainda tinha a Copa do Mundo no Brasil. A atenção dos consu­midores estava voltada para produtos que tivessem alguma ligação com o evento.

E geladeiras, fogões e máquinas de lavar não se encaixam exatamente nesse perfil. Por isso, a Whirlpool precisou inovar para disputar o jogo. Um mês antes do início da Copa, o time de inovação apresentou a Cervejeira Consul, com capacidade para gelar até 75 la­tas simultaneamente. “Quisemos atender o consumo da época com um produto que tivesse tudo a ver com o Mundial”, diz João Carlos Brega, presi­dente da Whirlpool.

A estratégia deu certo, e o produto, fabricado na uni­dade de Joinville, em Santa Catarina, vendeu quatro vezes mais que o previsto pela empresa — e continua em seu portfólio. Isso apesar do preço: cerca de 2 000 reais, ou 50% a mais que o do frigobar topo de linha da empresa.

Ainda na onda da Copa, a Whirlpool lançou uma cervejeira da Skol em edição limitada, fruto de uma parceria com a fabricante de cerveja Ambev. Além dos produtos direcionados para o evento es­portivo, a Whirlpool manteve acelerado seu ritmo de inovação em 2014. “Lançamos um produto novo a cada dois dias”, diz Brega. Neste ano, a meta é passar de 180 para 200 lançamentos.

O ritmo intenso de apresentação de novidades no último ano colaborou para que a empresa mantivesse o posto de campeã de rentabilidade do setor. Seu lucro de quase 215 milhões de dólares gerou um retorno líquido de 20,4% sobre o patrimônio. Esse foi o principal indicador a produzir pontos para que a Whirlpool se sagre, pelo terceiro ano consecutivo, a melhor empresa do setor eletroeletrônico.


Mas a situação já esteve mais confortável. No ano anterior, a rentabilidade havia sido de 26,1%. Houve também redução das receitas. Descontados os efeitos da inflação, a queda foi de 5,8% em 2014, para 2,3 bilhões de dólares. Agora, em um cenário ainda mais desafiador, a capacidade de inovação será testada no limite.

No primeiro trimestre de 2015, a Whirlpool sofreu com a retração econômica e viu seu lucro encolher, como reflexo de uma demanda menor por produtos da linha branca. A empresa demitiu 3 000 funcionários nos últimos 12 meses, ou 15% do quadro. No começo do ano, já havia colocado 8 000 funcionários em férias coletivas.

Mas, enquanto tenta sobreviver à tormenta, a Whirlpool anunciou produtos em novas frentes. Em maio, lançou a B.blend, máquina que transforma cápsulas em sucos, cafés, refrigerantes e até cerveja. Em outra parceria com a Ambev, a máquina prepara o Guaraná Antarctica.

A ideia é que o consumidor possa fazer, em casa, dez tipos de bebida em mais de 20 sabores. O preço de lançamento é de 3 500 reais. “Não podemos parar de inovar”, diz Brega. Olhar para o futuro é a estratégia para tentar o tetracampeonato do setor.

Acompanhe tudo sobre:BrasmotorBrastempConsulCopa do MundoEdição 109202EletrodomésticosEmpresasEmpresas americanasEsportesFutebolIndústria de eletrodomésticosWhirlpool

Mais de Revista Exame

O plano da nova Sabesp: empresa corre para investir R$ 68 bilhões até 2029

Com três filhos, nove netos e três bisnetos, esta amapaense de 76 anos abriu sua primeira startup

De volta ao conselho de administração do Grupo RBS, Nelson Sirotsky fala sobre o futuro da mídia

Novos conceitos: como este engenheiro carioca entendeu que nunca é tarde para começar um negócio

Mais na Exame