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Luxo blindado em Copacabana

A inauguração do Fairmont e de outros hotéis de alto padrão é uma aposta em dias mais tranquilos para o Rio de Janeiro

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Fairmont Copacabana: Inaugurado em 5 de agosto, ocupa o prédio que já foi do Sofitel e do Rio Palace (Rômulo Fialdini / Fairmont/Divulgação)

Fairmont Copacabana: Inaugurado em 5 de agosto, ocupa o prédio que já foi do Sofitel e do Rio Palace (Rômulo Fialdini / Fairmont/Divulgação)

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Daniel Salles

Publicado em 26 de setembro de 2019, 05h20.

Última atualização em 10 de setembro de 2020, 18h18.

Quem desembarca no aeroporto do Galeão e encontra um Jaguar XF à sua espera é levado a concluir que o luxo no Rio de Janeiro vai muito bem, obrigado. Oferecido aos hóspedes do hotel Fairmont, em funcionamento desde agosto, o serviço de transfer em carrões desse tipo custa a partir de 270 reais. Em veículos blindados sai no mínimo por 2.400 reais. A mordomia pode ser vista como uma aposta, dentro do setor hoteleiro, em dias melhores para uma cidade com alarmantes índices de violência.

O Fairmont ocupa o prédio do extinto Rio Palace, inaugurado em 1980 com um show de Frank Sinatra. Em reforma há dois anos, o edifício de 14 andares abrigou o Sofitel Copacabana de 1996 em diante. Até que, em 2015, a rede francesa Accor, dona do Sofitel, comprou o grupo FRHI, que detinha as marcas Raffles, Swissôtel e Fairmont.

O Sofitel então foi transferido para o edifício que abrigava o Caesar Park, em Ipanema, e, no mesmo dia da inauguração do novo Fairmont, fechou para uma reforma de dois anos. As diárias das duas bandeiras são similares, a partir de 1.225 reais. “O que difere a rede Fairmont da Sofitel é o interesse da primeira em incorporar elementos da cultura local”, diz Netto Moreira, diretor-geral do novo hotel.

Janeiro Hotel – Em operação desde setembro do ano passado, situa-se no edifício deixado vago pelo Marina All Suites, no Leblon. Os investidores são o estilista Oskar Metsavaht, dono da confecção Osklen, que se encarregou da decoração, e o empresário Carlos Werneck, dono da Pousada Maravilha, em Fernando de Noronha. A dupla investiu 25 milhões de reais. | Diárias a partir de 1 054 reais. janeirohotel.rio | Divulgação

O retrofit do Fairmont coube à arquiteta Patricia Anastassiadis, que assinou os interiores do Palácio Tangará, em São Paulo. Inspirada no glamour brasileiro dos anos 50, ela decorou o hotel com poltronas de designers como Sérgio Rodrigues e Jorge Zalszupin e imagens dos fotógrafos Claudio Edinger e Christian Cravo. Os 375 quartos, todos com varanda, ganharam piso de cumaru, e os banheiros foram revestidos de mármore branco.

Duas piscinas com borda infinita, em frente e atrás do prédio, garantem sol o dia todo — enquanto a do vizinho Copacabana Palace, maior referência em hotéis de luxo do Rio, é sombreada pelos edifícios ao lado. A Accor divulgou investimento de 250 milhões de reais.

Voltado para o Forte de Copacabana, o Spirit Copa Bar abastece a piscina com petiscos como camarão grelhado com tomates orgânicos (110 reais) e drinques como o Presente de Isabel, com cachaça, tiquira, maracujá, cajá, cardamomo e limão-siciliano (34 reais).

O comando do restaurante, o Marine Restô, é do chef Carlos Cordeiro, sob a supervisão do francês Jérôme Dardillac, o chef executivo. Lá, a abobrinha grelhada com fonduta de queijo da Serra da Canastra sai por 60 reais; e o polvo com aioli de pimenta fermentada, por 100 reais.

Arpoador – Depois de uma reforma capitaneada pelo arquiteto Thiago Bernardes, o Arpoador Inn voltou a funcionar simplesmente como Arpoador em fevereiro deste ano, agora como hotel-boutique com apenas 49 quartos | Divulgação

Com 13 salas, o centro de convenções e eventos, com capacidade para mais de 1.000 pessoas, é um dos grandes orgulhos da direção. O Fairmont tem adotado uma política agressiva para tentar levar para lá simpósios corporativos e os melhores bailes de São Paulo — e de outros hotéis do Rio.

Para os ressabiados com a criminalidade, fica a informação de que o hotel dispõe de 325 câmeras de segurança, 25 delas do lado de fora, e a estatística do Instituto de Segurança Pública que aponta queda de 22,6% do número de homicídios no estado no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2018. Esses dados otimistas são ofuscados por episódios trágicos, como a morte recente por um tiro de fuzil da menina Ágatha Félix, de 8 anos, que comoveu o país e definitivamente não ajuda a imagem da cidade.

A reabertura do antigo Marina All Suites como Janeiro Hotel e a reforma do Arpoador são outras boas novidades do segmento de luxo no Rio. A ocupação hoteleira da cidade teve média de 51% em 2018, quase 10 pontos mais do que no ano anterior.

“Em países emergentes, a recuperação depois de períodos de crise é rápida”, afirmou Netto Moreira, em almoço servido em uma das duas melhores suítes do Fairmont. Com diárias que começam em 7 000 reais, já foi a eleita pelo rapper Drake para o Rock in Rio, no fim de setembro. É bom ficar de olho: artistas em turnê costumam dar o que falar nos hotéis do Rio. 

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