A rede de churrascarias Fogo de Chão pretende dobrar de tamanho nos próximos quatro anos. Atualmente, a empresa conta com 1100 funcionários em seis lojas no Brasil e três nos Estados Unidos. "Vamos até onde o mercado aguentar. Temos consulta quase diária de algum lugar do mundo para abrir churrascarias Fogo de Chão. Há mais dois restaurantes a caminho nos Estados Unidos e, no Brasil, a próxima parada é Belo Horizonte", afirma o diretor presidente da rede, Arri Coser.</p>

De acordo com Coser, a empresa tem planos até de abrir capital. "Mas, primeiro, queremos testar a nós mesmos. A abertura de capital atrai dinheiro para alavancar o crescimento. Só que precisamos ver qual é a capacidade de crescimento que temos. Não adianta planejar se não há quem execute", pondera.

O faturamento da rede em 2005 foi de 75 milhões de dólares. Desse total, 75% foram provenientes das lojas americanas e 25% das brasileiras. O investimento médio para abrir uma churrascaria nos Estados Unidos é de 5 milhões de dólares. Já no Brasil, é de 5 milhões de reais. "O mais caro é a estrutura e o treinamento do pessoal. Nos Estados Unidos é fácil investir, porque, como a ecnomia é estável, dá para fazer um planejamento de 10 anos. Aqui, a situação muda a toda hora e não há crédito", ressalta Coser.

Expansão

A rede de churrascarias Fogo de Chão foi criada em 1979 pelos irmãos Jair e Arri Coser. Ainda adolescentes, eles saíram de Encantado, no Rio Grande do Sul, em busca de emprego em outros estados. Trabalhando em restaurantes, primeiro em Aparecida do Norte, São Paulo, e depois no Rio de Janeiro, decidiram abrir a própria churrascaria, que seria batizada de Fogo de Chão, modo como os peões preparavam suas refeições quando se deslocavam com o gado em busca de novas pastagens.

"Reunimos nossas economias e nosso pai (um pequeno produtor rural) nos deu um dinheiro como "antecipação da herança". Contratamos parentes e amigos para nos ajudar no serviço e abrimos o restaurante", conta Coser.

Em 1986, foi aberta a primeira unidade em São Paulo e, em meados da década de 1990, veio a expansão para os Estados Unidos. "Um dia a secretária do presidente da Mercedes Benz no Brasil nos pediu para fazer um churrasco para um convidado muito importante na Hípica Paulista. Eu respondi que fora da Fogo de Chão só fazíamos churrasco se fosse para o papa. Era quase. O convidado era o ex-presidente americano George Bush. Na despedida, ele nos elogiou muito e disse que nos aguardaria no Texas. Então, fomos para Dallas", lembra Coser.