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Remy Sharp
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A fabricante de fertilizantes norueguesa Yara pretende fornecer insumos com pegada zero de emissões de gás carbônico para a Cooxupé, a maior cooperativa de produtores de café do Brasil e do mundo, a partir de janeiro de 2024. O acordo entre ambas, já assinado, é o primeiro passo da Yara para a introdução de fertilizantes verdes na agricultura brasileira, e deve reduzir em 70% as emissões de dióxido de carbono equivalente na cadeia produtiva da cooperativa, cuja produção majoritária fica em Minas Gerais e no Espírito Santo. 

O produto a ser entregue para a Cooxupé virá tanto do Complexo Industrial de Cubatão (SP) da Yara, que receberá biometano da Raízen a partir do último trimestre de 2023 para a fabricação de amônia e fertilizantes verdes, quanto das plantas de produção da própria Noruega. 

A mudança de um adubo químico para uma linha de zero emissões de CO2 faz parte da estratégia global da Yara para descarbonizar a agricultura. Isso significa, na prática, que a empresa norueguesa está revendo a origem do nitrato, uma das matérias-primas do fertilizante. O objetivo é extrair o nitrato de amônia dos resíduos da cana-de-açúcar. 

Cana-de-açúcar: exemplo de economia circular

Svein Tore Holsether, líder global da empresa norueguesa, enxerga o Brasil como o único país do mundo capaz de aumentar a produção agrícola com sustentabilidade. “É preciso aumentar o cultivo de comida em outros lugares do planeta, e, quando procuramos no mapa onde isso poderia acontecer, eu mencionaria um único país, que seria o Brasil”, afirma. 

Na busca por sustentabilidade, a cana-de-açúcar está nos planos da multinacional para receber o fertilizante verde. Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil, explica em dois argumentos: primeiramente, torna-se um case de economia circular, em que a planta gera o biometano, fonte para produzir nitrato de amônia verde, que volta como biofertilizante para a própria cana.

“E também porque já há uma compensação ao produtor rural através do RenovaBio”, diz Svein, sobre o programa de descarbonização que compensa os produtores pela descarbonização no setor de combustíveis. 

O presidente da Yara no Brasil afirma que, na Europa, a mentalidade de consumo já está condicionada a saber a origem do produto. Por isso, café e açúcar são cadeias produtivas estratégicas. Altieri comenta que empresas como Nestlé, Danone, PepsiCo e Starbucks também buscam diminuir as próprias emissões de gases poluentes e de seus fornecedores. Assim, segundo ele, é de interesse dessas indústrias saber a matéria-prima dos insumos e considerar esse uso de biofertilizante na conta da descarbonização.  

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