A ideia foi reproduzir o formato histórico de uma embalagem das primeiras canetas Montblanc (Divulgação/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 13 de setembro de 2022 às 06h00.
O ponto de partida da Montblanc Haus foi a arquitetura. O projeto do prédio foi encomendado ao escritório espanhol Nieto Sobejano Arquitectos antes mesmo de ser definido como seriam os espaços das exposições e quais conteúdos fariam parte de seu acervo permanente.
A ideia foi reproduzir o formato histórico de uma embalagem das primeiras canetas Montblanc. A silhueta escura do edifício contrasta com os tons de branco no interior. “Com a estrutura definida, mergulhamos nos arquivos da marca para a concepção da visitação”, conta Alexa Schilz, diretora de estratégia de marca e curadora do espaço.
A definição simplista da Montblanc Haus, inaugurada em maio passado, seria a de um museu. É fácil entender o porquê. Estão lá, por exemplo, cartas manuscritas originais de 30 personalidades históricas, como Ernest Hemingway, Albert Einstein, Frida Kahlo e Spike Lee.
A mais antiga é de Voltaire, de 1870. Em outra ala estão expostos os primeiros instrumentos de escrita da Montblanc, em um total de 412 peças, além de 167 caixas de embalagens fabricadas desde 1906, ano de sua fundação. O local escolhido para o espaço foi ao lado da sede histórica e da antiga manufatura, na cidade de Hamburgo, na Alemanha — hoje a marca pertence ao conglomerado suíço Richemont.
Muito mais do que olhar para o passado, no entanto, a Montblanc Haus propõe uma reflexão sobre o ato de escrever, principalmente em tempos pós-pandemia. “Não pensamos sobre o momento em que estamos escrevendo”, diz Alexa Schilz. “Escrever pode nos acalmar depois de um dia movimentado, é um detox em um mundo digitalizado.
É também um instrumento de conexão entre as pessoas. Se alguém escreveu para você, significa que gastou um tempo com isso, houve uma dedicação. Ela precisou procurar papel, caneta, ir a um posto do correio. Ela se concentrou nas palavras, pensou na mensagem, porque não se pode apagar a tinta.”
Em uma ala mais reservada da Montblanc Haus os visitantes podem testar modelos de caneta da marca e enviar por lá mesmo cartões-postais para qualquer parte do mundo. Fiz o teste. Oito dias depois, o cartão que escrevi chegou à minha casa em São Paulo. Foi o primeiro postal que meus filhos viram. Espero que não seja o último.
Montblanc Haus | Hellgrundweg, 98 | Hamburgo, Alemanha | montblanc.com.br/landingpages/montblanc-haus
A Estrada Lincoln já nasce destinado a ser um best-seller, depois de aparecer nas listas dos mais vendidos do The New York Times e dos melhores livros do ano de Barack Obama e Bill Gates. Depois de passar 15 meses em uma instituição juvenil por homicídio, um jovem de 18 anos parte em uma jornada reveladora com o irmão e dois amigos. Uma curiosidade: o autor trabalhou por 25 anos no mercado financeiro, e seus três livros anteriores venderam 6 milhões de exemplares.
A estrada Lincoln, Amor Towles | Editora Intrínseca | 99,90 reais
O autor, um dos maiores especialistas na obra de Franz Kafka, reconstitui com rigor informativo seu processo criativo. Este volume faz parte de uma trilogia e se concentra no que ele considera anos decisivos, o período entre 1910 e 1915. Essa é uma época movimentada para o autor de A Metamorfose, com destaque para o relacionamento turbulento com sua noiva, a relação com a herança judaica e a chegada da Primeira Guerra Mundial.
Kafka: os anos decisivos, Reiner Stach | Editora Todavia | 134,90 reais
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