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Construtora de 57 anos aposta em mulheres para resolver escassez nas obras

A construtora Rio Ave buscou na formação de mulheres a solução para a escassez de mão de obra nos canteiros

Bianca Barreto, da Rio Ave: formação no canteiro de obras (Rio Ave/Divulgação)

Bianca Barreto, da Rio Ave: formação no canteiro de obras (Rio Ave/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 09h00.

Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 09h28.

Sete canteiros ativos e falta de gente qualificada para preencher as vagas: essa era a realidade da Rio Ave, construtora fundada em 1968 no Recife.

Nos últimos anos, a empresa precisou lidar com um desafio que afeta toda a construção civil no Brasil: a escassez de mão de obra capacitada.

A solução foi criar o projeto EmpodeRA Obras e apostar na formação de mulheres para ocupar cargos nesse setor “historicamente masculino”, como diz Bianca Barreto, diretora de Gente e Gestão da Rio Ave.

A iniciativa começou com um diagnóstico: entre os cargos mais difíceis de preencher estavam as funções de acabamento e elétrica.

A Rio Ave mapeou essas áreas com engenheiros e criou uma jornada de capacitação em duas frentes — habilidades técnicas e soft skills, como comunicação e autoconfiança.

A formação acontece dentro das próprias obras da empresa, com apoio da Rede Muda Mundo, que identifica mulheres em situação de vulnerabilidade social e também abre vagas para familiares de colaboradores.

O número de mulheres nas obras da Rio Ave cresceu 54% desde a implementação do programa.

Antes de receber a primeira turma, no entanto, a empresa percebeu que não bastava preparar as mulheres: seria necessário preparar o ambiente.

Por isso, criou outro programa de conscientização sobre violência de gênero e cultura do respeito nos canteiros.

O programa já impactou mais de 1.000 funcionários, entre profissionais operacionais e líderes de equipe. Ao olhar para dentro dos canteiros, a Rio Ave ajuda a redefinir quem constrói o Recife — e como.

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