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A busca pelo próximo Nubank: investimento em startups deve seguir em alta

Até novembro, o volume investido em negócios de tecnologia no Brasil já somava 8,8 bilhões de dólares; a quantia é quase três vezes superior ao total de 2020

Na conta dos investidores também está o brilho gerado por pioneiros do ecossistema de tecnologia do Brasil. Vide o exemplo do Nubank, instituição financeira mais valiosa da América Latina (Divulgação/Divulgação)

Na conta dos investidores também está o brilho gerado por pioneiros do ecossistema de tecnologia do Brasil. Vide o exemplo do Nubank, instituição financeira mais valiosa da América Latina (Divulgação/Divulgação)

Mesmo com a economia real em banho-maria desde 2015 e as incertezas políticas em alta, a onda de investimentos em startups brasileiras, recorde em 2021, deverá ganhar mais força. Até novembro, o volume investido em negócios de tecnologia no Brasil já somava 8,8 bilhões de dólares, o equivalente a 48 bilhões de reais. A quantia é quase três vezes superior ao total de 2020: 3,65 bilhões de dólares. Nos últimos 12 meses, pelo menos oito empresas de tecnologia comemoraram o título de unicórnio — quando seu valor atinge 1 bilhão de dólares. Na lista estão desde negócios presentes no dia a dia de consumidores finais, como as varejistas online Daki e MadeiraMadeira, até aqueles dedicados a resolver dores de outros negócios, como Merama, Loggi, Unico e Hotmart.

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Por trás da fartura estão fundos pesos-pesados no venture capital, como o argentino Kaszek, o brasileiro Monashees e o japonês SoftBank, dono de uma linha dedicada de 3 bilhões de dólares voltada para a expansão de negócios na América Latina. “Até recentemente havia escassez de capital no Brasil”, diz Alex Szapiro, líder da operação do SoftBank no Brasil. “Hoje é nítido certo grau de amadurecimento do ambiente de negócios e de toda a economia digital.”

Por trás do alvoroço dos investidores está a convicção de os empreendedores do Brasil e de países vizinhos estarem ajudando a resolver problemas candentes da região, como os percalços logísticos driblados por negócios como Daki e MadeiraMadeira. “Na América Latina, os empreendedores de tecnologia estão construindo o futuro. Isso chama a atenção de fundos internacionais”, diz Szapiro.

Na conta dos investidores também está o brilho gerado por pioneiros do ecossistema de tecnologia do Brasil. Vide o exemplo do Nubank, instituição financeira mais valiosa da América Latina desde a abertura de capital (IPO) na NYSE, a bolsa de valores de Nova York, em dezembro. O banco digital, que estreou valendo 40 bilhões de dólares, valorizou 30% nos dois primeiros dias de negociação. Primeiro investidor institucional da fintech, o Kaszek quer dobrar a aposta no Brasil em busca de mais negócios “fora da curva”, nas palavras de seu fundador, o argentino Hernan Kazah. “Teremos um país 100% conectado, o que exige um olhar para a tecnologia como nunca antes na história”, diz Kazah. “Isso continua­rá despertando a atenção.

Palpites sobre quem serão os próximos unicórnios brasileiros estão cada dia mais comuns — o falatório é, por si só, uma evidência da pujança do mercado de tecnologia.

No meio disso tudo, uma coisa é certa: a briga dos investidores para encontrar novas estrelas do empreendedorismo de tecnologia deverá beneficiar as startups em fase inicial — as chamadas early-stage. O capital dos fundos deve ficar cada vez mais abundante. Kaszek e SoftBank estão contratando gente especializada em avaliar startups em seus primeiros anos (ou meses) de vida. “A única certeza é que estamos no começo. Vamos investir muitos bilhões de dólares ainda”, diz Szapiro.

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